Gleisi quer Bernardo no lugar de Levy no Ministério da Fazenda

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A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), em sugestivo artigo “São os juros,
ministro!” distribuído a imprensa, atacou nesta segunda-feira, 19, a
política econômica do ministro Joaquim Levy (Fazenda) quem recebeu aval
ainda neste domingo, 18, da presidente Dilma Rousseff (PT). “A despesa que
mais cresceu no orçamento da União nos últimos tempos foi a despesa com
juros. A cada ponto percentual que se eleva a Selic, são R$ 15 bilhões a
mais que temos de pagar para os credores”, disse Gleisi.

Adversários e até aliados de Gleisi veem o movimento da senadora em mais
uma tentativa de emplacar o marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, na
esplanada dos ministério em Brasília. Na semana passada, Gleisi atacou o
vice-presidente do Banco do Brasil, Osmar Dias, por organizar o PDT no
Paraná. “Osmar Dias andando pra organizar o PDT. Engraçado, pra fazer
campanha Dilma disse que BB não permitia, pra organizar PDT está
liberado?”, escreveu Gleisi em sua conta no Twitter.

Agora a artilharia de Gleisi volta-se a Levy. “Faça uma conta rápida: em
2012 nossa taxa Selic estava na casa dos 7,5%, agora está 14,25%, o dobro.
Não há orçamento que resista e ajuste fiscal que dê conta de estabilizar as
finanças e reduzir a dívida”, cobra Gleisi no seu artigo.

“Não é nada disso. De forma, mais uma vez, oportunista, ela (Gleisi) está
fazendo o jogo de Lula que defende a saída de Levy e a indicação de
Henrique Meirelles (ex-presidente do Banco Central) na Fazenda. A saída de
Levy e o fortalecimento de Lula no Planalto pode ajudar Paulo Bernardo a
voltar um cargo no governo”, disse um petista que já foi fiel ao casal e
hoje se sente abandonado pelo petismo.

No seu artigo, Gleisi também criticou as operações do Banco Central “para
tentar equilibrar o dólar”. “Essa conta também vai para o orçamento da
União. Se não consegue pagar dentro do ano, aumenta a dívida. Por isso
nossas dívidas, líquida e bruta, estão crescendo. São as despesas com juros
e os chamados swaps cambiais que aumentaram muito. Neste ano essas despesas
financeiras já somaram R$ 226 bilhões, contra R$ 120 bilhões em 2014”.

“Reduzir a taxa de juros é condição básica para o crescimento da nossa
economia. Se continuarmos com juros altos, só cortando investimentos,
diminuindo gastos sociais do orçamento da União e não proporcionando
crédito mais barato para o setor privado, o resultado será um só: recessão
econômica. Já vivemos isso e não foi bom para ninguém!”, completou Gleisi.

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