A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) recebeu R$ 4.195.000,00 de quatro das
cinco empreiteiras convidadas para uma reunião na Casa Civil em 10 abril de
2013, quando petista chefiava a pasta no primeiro governo Dilma Rousseff
(PT). O dinheiro foi repassado a Gleisi nas campanhas de 2006, 2008, 2010 e
2014, conforme consta na prestação de contas entregue na Justiça Eleitoral.
Gleisi voltou a aparecer nas investigações da Operação Lava Jato nos
e-mails apreendidos pela Polícia Federal na Odebrecht. O nome da senadora
aparece em uma troca de mensagens entre executivos da empresa. Trata-se de
um convite da Casa Civil para uma reunião na qual estariam presentes
representantes de outras quatro empresas investigadas na operação.
Na troca de e-mails, a secretária do presidente da Odebrecht informa que
Marcelo Odebrecht teria sido convidado para uma reunião no dia 10 de abril
de 2013. “Ligaram da Casa Civil [Min. Gleisi] lhe convidando para uma
reunião no dia 10/04, quarta-feira, às 9h00. Assunto: seguro de obras,
concessões e similares”, diz um trecho do e-mail enviado à Odebrecht.
De acordo com o e-mail, também foram convidados para a reunião os
presidentes da Camargo Correa, OAS, Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez –
todas empresas investigadas na Operação Lava Jato por suspeita de formação
de cartel para concorrer a obras públicas no país.
Na prestação de contas de 2014 (quando Gleisi se candidatou ao governo do
Paraná e perdeu), a petista recebeu R$ 1.845.000,00 de três empreiteiras:
Queiroz Galvão (R$ 475 mil), Andrade Gutierrez (R$ 950) e Galvão Engenharia
(R$ 420 mil). Em 2010, candidata ao Senado e eleita, Gleisi recebeu R$ 1,5
milhão – R$ 1 milhão da Camargo Correa e R$ 500 mil da OAS.
Em 2008, na campanha à prefeitura de Curitiba, Gleisi recebeu R$ 750 mil:
R$ 500 mil da Camargo Correa e R$ 250 mil da OAB. Em 2006, candidata ao
Senado, a petista recebeu R$ 100 mil da OAS. Das quatro campanhas, Gleisi
perdeu três e saiu-se vitoriosa em apenas uma.
O juiz Sergio Moro, em seus despachos e sentenças, os procuradores do
Ministério Público Federal e os delatores da Lava Jato sustentam que as
doações oficiais feitas nas últimas campanhas eram, na verdade, propinas de
esquemas de corrupção na Petrobras e de outros órgãos federais.
(foto: Teodoro Risden)