Dos R$ 113 milhões desviados da Repar, conforme aponta o Ministério Público
Federal, R$ 5 milhões podem ter abastecidos as campanhas da senadora Gleisi
Hoffmann (PT-PR). Na prestação de contas da petista no TSE se constata que em
quatro campanhas (2206, 2008, 2010 e 2014), Gleisi recebeu R$ 5 milhões
através de doações suspeitas de sete empresas com serviços prestados na
Refinaria Getúlio Vargas em Araucária e investigadas pela Operação Lava
Jato.
Gleisi já responde inquérito no STF, acusada de corrupção passiva
qualificada e é investigada em mais três frentes pela Polícia Federal em
decorrências das revelações apuradas pela Lava Jato. O grosso dos repasses
das empreiteiras se concentrou nas campanhas de 2008 (Gleisi disputou a
prefeitura de Curitiba e perdeu) e de 2010 (ao Senado).
Em 2008, Gleisi recebeu R$ 1,1 milhão da Camargo Correa (R$ 500 mil), OAS
(R$ 250 mil), UTC (R$ 250 mil) e Mendes Junior (R$100 mil). Em 2010,
Gleisi recebeu
mais 2,8 milhões da Camargo Correa (R$ 1 milhão), OAS (R$ 780 mil), UTC (R$
250 mil), Coesa (R$ 220 mil), Fujiwara (R$ 300 mil) e IBQ Indústrias
Químicas (R$ 250 mil).
Nota-se que 2008 e 2010 foram os anos de pico nas obras de ampliação da
Repar, suspeitas por superfaturamento e investigadas pelo TCU. As suspeitam
apontam desvios de R$ 85,9 milhões desviados das obras e metade desse
total, R$ 43 milhões, foram para engordar os cofres do PT. Na campanha de
2006 (a primeira tentativa ao Senado), Gleisi recebeu R$ 220 mil de duas
empreiteiras: OAS (R$ 100 mil) e UTC (R$ 100 mil). A UTC repassou mais R$
900 mil para a campanha de Gleisi em 2014 (derrotada ao governo do paraná).
Até o momento, quatro contratos referentes ao pacote de obras de ampliação
e modernização da Repar, lançado em 2006, já se tornaram alvos da Lava Jato
com base nas mais de 30 denúncias oferecidas pelo Ministério Público
Federal à Justiça Federal.
Para o MPF, houve pagamento de propina nos contratos da refinaria firmados
com o Consórcio Skanska/Engevix, Consórcio Conpar (Norberto Odebrecht, OAS
e UTC), Consórcio CCPR (Camargo Corrêa e Promon) e Consórcio Interpar
(Mendes Júnior, Setal e MPE). No total, em relação aos quatro contratos, o
MPF já apontou cerca de R$ 113 milhões de propina até agora.