Há uma série de incongruências na matéria veiculada nos noticiosos da TV Globo/RPC sobre parte da delação feita pelo auditor fiscal Luiz Antonio de Souza, preso e acusado de participar de um esquema de pedofilia e exploração sexual, flagrado em corrupção ativa no desvio de recursos do Estado. A primeira é que o esquema funciona, segundo a delação, desde 2005, portanto, há 10 anos, e estranhamente pretende-se envolver somente o atual governo.
Segundo ponto: é o advogado do delator, Eduardo Duarte Ferreira (foto), que relata parte da delação do seu cliente. “Ele não cita textualmente o governador Beto Richa, mesmo porque ele não teve qualquer contato”, disse Ferreira ao repórter Wilson Kircher. Disse ainda que o auditor atendia o pedido do delegado Marcio de Albuquerque Lima que destinava parte do dinheiro para campanha tucana.
A matéria faz novamente a ilação de que Albuquerque disputava corrida na equipe de Beto Richa. O próprio Richa já disse que ao longo de 18 anos, disputou as 500 milhas de Londrina em mais de 15 carros, que foram 100 pilotos que corriam por 30 equipes, em média três pilotos carro.
O terceiro fato está nas palavras do promotor Jorge Barreto da Costa que diz o seguinte: “O que está na delação é uma das provas que precisa, obviamente, ser comprovada, ser corroborada por diligências, por outras investigações que já estão em andamento no Gaeco”.
Sobre as incongruências, sobram perguntas: Se o esquema funciona há 10 anos porque procura-se envolver somente o atual governo? Se o delator não cita Richa, não teve qualquer contato com ele, como confiar em suposto pedido do delegado Albuquerque? Terceiro e o mais grave: por que expor o governador se o próprio Gaeco confirma que há diligências e investigações em curso que precisam ser comprovadas?