GREVE DE ÔNIBUS EM CURITIBA E OS DESGASTES SEGUIDOS DE FRUET

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FONTE: BEM PARANÁ=Greve do ônibus atinge 395 linhas em Curitiba

A paralisação de motoristas e cobradores, deflagrada a zero hora desta
terça-feira, 12, atinge a 395 linhas de ônibus que atuam em Curitiba e
pegou muita gente de surpresa. As linhas afetadas são São José Filial, CCD,
Tamandaré Filial, Cidade sorriso, Glória, Marechal Filial, Redentor,
Araucária Matriz e Filial e Marechal Matriz. São cerca de 7 mil
trabalhadores que estão parados. As informações são do Bem Paraná.

Nas estações tubo da Avenida João Gualberto vários curitibanos ficaram a
espera do ônibus, que não passaram. Em várias estações, os usuários ficaram
sabendo da paralisação quando não encontraram os cobradores.

Segundo o sindicato dos motoristas, são 700 linhas que atuam em Curitiba e
região metropolitana. Das linha paradas, apenas três que atendem a capital
estão rodando, as demais estão paradas afetando mais de dois milhões de
usuários, que dependem dos 1.945 ônibus das linhas da Rede Integrada de
Transporte entre a capital e Região Metropolitana paralisadas.

A greve e poque os empresários não realizaram os pagamentos de dezembro aos
funcionários até segunda-feira,11. Nessas empresas, os ônibus vão funcionar
com o sistema de frota mínima. Serão disponibilizados 50% da frota, entre
as 5h30 e 9h30 e das 16h45 às 19h30.

O sindicato das empresas de ônibus informou que até o início da manhã não
havia previsão para a regularização dos pagamentos. No entanto, a empresa
ressaltou que isso deveria ocorrer o mais breve possível.

A Prefeitura de Curitiba informa que a operação do transporte coletivo é
parcial e que a Urbs, empresa que gerencia o serviço, está entrando na
Justiça para que sejam cumpridos os percentuais de frota mínima de 50% no
horário de pico e 30% nos demais horários.

Esta é a segunda greve da categoria em pouco mais de um mês. Segundo o
sindicato que representa os trabalhadores, nove empresas atrasaram os
salários de dezembro dos funcionários.

Segundo o Sindimoc, apenas três de 11 empresas haviam pago os salários até
o final da tarde de segunda-feira (11).

O salário deveria ter sido pago até o final da semana passada. O Sindicato
das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp)
reconhece que o pagamento não foi feito pelas oito empresas e justifica que
a atual tarifa técnica paga pela Urbs, de R$ 3,27, é insuficiente para
cobrir os custos do serviço, comprometendo os pagamentos dos salários dos
trabalhadores.

O Sindimoc, contudo, adiantou ontem que manteria o transporte parcialmente,
hoje. Durante os horários normais circularão cerca de 30% da frota. Nos
horários de pico serão 50% em trânsito — das 5h30 às 9h30 e das 16h45 às
19h30. Segundo acordo feito durante reunião realizada no Tribunal Regional
do Trabalho (TRT) no final do ano passado, há previsão de multa caso o
Sindimoc não cumpra o acordo de frota mínima. O sindicato patronal também
tem multa a ser paga em caso de atraso no pagamento dos salários.

A Prefeitura informou no final da tarde desta segunda-feira, que não iria
autorizar o funcionamento do transporte alternativo, como vans e carros
particulares, mas que tinha esperança de que a greve não durasse. A Urbs
fez um adiantamento de repasse para as empresas para tentar evitar a greve.

Fruet está preocupado com desgaste político com a greve do ônibus

Em vez de resolver o problema no transporte coletivo, os aliados e o
prefeito Gustavo Fruet (PDT) estão preocupados com a greve de motoristas e
cobradores de ônibus. Temem que a paralisação seja instrumentalizada por
adversários políticos do prefeito para minar sua reeleição. A avaliação do
grupo político de Fruet é de que será preciso uma ação rápida da Justiça
para evitar que as greves se tornem uma constante. E de que por trás do
atraso no pagamento dos salários – que tem se tornado frequente – há uma
manobra das empresas para forçar o aumento da tarifa técnica, hoje em R$
3,27.

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