FONTE:Por Marina Sequinel e Luiz Henrique de Oliveira da Banda B///Com medo de desconto salarial por causa da greve, escolas estaduais da região metropolitana de Curitiba decidiram retornar às aulas nos últimos dias. Segundo a direção das instituições, outros motivos que levaram à volta ao trabalho são a preocupação com o calendário letivo e a dificuldade de conseguir transporte escolar para os alunos em caso de reposição aos sábados.
No Colégio Estadual Rui Barbosa, em Agudos do Sul, apenas três dos 38 professores decidiram continuar em greve, de acordo com a vice-diretora. “Após a assembleia da APP-Sindicato, nós fizemos uma votação aqui na escola porque tínhamos muitos funcionários que não queriam aderir à paralisação novamente. Descobrimos que a maioria desejava retomar as aulas. Na quarta-feira passada, quase 100% dos servidores tinham voltado”, disse Dulcília Nosol em entrevista à Banda B na tarde desta sexta-feira (15).
Ela afirmou que, mesmo antes da votação, muitos professores estavam na escola para cumprir horário e não ter o salário descontado. “Nós julgamos que não era correto os docentes permanecerem no colégio enquanto os alunos perdiam aula. Por isso, convocamos os estudantes. Eu apoiei a greve e sei que nós lutamos por uma causa justa. Por mim, estaria de braços cruzados, mas ficamos em um impasse, sem saber o que fazer. Muitas vezes nós apenas pensamos que vivemos em uma democracia”, declarou a vice-diretora.
De acordo com ela, o medo de exoneração de professores do Processo Seletivo Simplificado (PSS) e a futura reposição das aulas também contribuíram para a decisão. “O próprio prefeito falou sobre a dificuldade de custear o transporte escolar aos sábados, já que ele é realizado em parceria com o governo estadual”, completou ela.
Em Piên, também na região metropolitana, o Colégio Estadual Frederico Guilherme Giese conta com 61 professores trabalhando, de um total de 65. “O foco dos nossos servidores era retirar de votação o projeto da ParanáPrevidência. Como, infelizmente, isso não deu certo, eles resolveram retornar, principalmente por causa da ameaça de corte nos salários”, afirmou a diretora Simone Wendrechovski.
Desde quarta-feira (13), o Colégio Estadual Caetano Munhoz da Rocha, em Rio Negro, na RMC, também está funcionando, com 100% dos professores em sala de aula. A informação foi repassada por um funcionário do local. A diretora da escola não estava presente no momento em que a reportagem entrou em contato e não pôde gravar entrevista.