Uma crise de soluços e uma obstrução intestinal, posteriormente comprovada, levaram o presidente Jair Bolsonaro a um internamento de emergência nesta semana, o que vai durar pelo menos por dez dias.
Inicialmente foi descartada uma cirurgia para corrigir o problema, mas como já havia anunciado anteriormente, Bolsonaro terá que fazer uma sétima intervenção, ainda em virtude da facada que teria recebido durante a sua campanha eleitoral em 2018.
O presidente está na pior fase política do seu governo, com grande descrédito e pesquisas desfavoráveis a sua administração. Esta paralisação forçada, representará uma espécie de trégua em seus contundentes pronunciamentos e um alívio às críticas que recebia diariamente.
Bolsonaro foi internado na madrugada de quarta-feira (14) no Hospital das Forças Armadas, em Brasília, após sentir dores abdominais, mas foi transferido, a pedido, para o Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, onde é atendido pelo médico Antônio Macedo, responsável pelas cirurgias no abdômen do presidente decorrentes do atentado a faca sofrido por ele em Juiz de Fora (MG).
Disposto
Já na quinta-feira (15) o filho mais velho do presidente, o senador Flávio, informou que Bolsonaro acordou mais disposto, que seu quadro de saúde evoluiu e, a continuar assim, não fará uma cirurgia neste momento.
Já o outro filho, Eduardo, também postou nas redes sociais. E num vídeo, comentava que houve uma aderência na parede do intestino, que impedia a passagem de alimentos, e que acabou se entupindo. No hospital, foi retirado um litro de líquido acumulado nessa região.
“Aliviou a dor, ele ontem estava reclamando de dor, mas dores leves. Há uma esperança, de que essa dobra se desfaça naturalmente. Então os médicos estão a todo momento fazendo essa avaliação de se faz uma cirurgia ou se deixa mais um tempinho para ver se consegue resolver naturalmente”, disse Eduardo.
O médico Bernardo Martins, gastroenterologista do Hospital Santa Lúcia Norte explicou que a situação está estável, mas um problema dessa natureza pode levar o paciente à morte.
“É uma parada do trânsito fecal. O intestino tem um movimento automático, que chamamos de peristalse. Quando existe alguma obstrução, ocorre esse problema de funcionamento do intestino”.
O médico destacou que, embora o quadro inspire cuidados, a ida precoce ao hospital é importante para evitar complicações. “Quanto antes se começa o tratamento, existe mais chance de ter sucesso. Se descoberto em estágio mais avançado, pode ocorrer a morte de parte do tecido intestinal, assim como ter alterações de desnutrição e desidratação. Obstrução intestinal pode matar em casos graves”.