JÁ NASCEU MORTA!  CANDIDATURA PRÓPRIA DO PT A PREFEITURA IRÁ DIRETO AO CEMITÉRIO

Para evitar o confronto com aliados e acomodar os interesses de todas as legendas, os petistas já admitem que devem ter candidaturas próprias disputando as prefeituras de apenas 13 capitais do país. Essa será a política de respeito às alianças partidárias que compõem a base do governo do presidente  Lula da Silva (PT) e que deverá ser mantida nas eleições municipais em 2024, revelou nesta semana o blog da esquerda Brasil de Fato

Os petistas escolhidos para disputar as capitais já estão praticamente definidos. Impasse, apenas em Fortaleza (CE) e João Pessoa (PB). O diretório do PT do Ceará deverá escolher seu candidato entre seis nomes que brigam para representar o partido nas urnas. Entre os postulantes, a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE), que já governou a cidade e que neste momento aparece à frente dos demais concorrentes.

Já em João Pessoa, a disputa está mais fechada. Os deputados estaduais Luciano Cartaxo e Cida Ramos disputam uma guerra interna pela vaga de candidato do partido à prefeitura. O primeiro já governou o município em duas oportunidades.

A corrida de candidatos pela presença de Lula em suas campanhas deve se repetir em 2024. Porém, o presidente da República priorizará capitais onde houver polarização evidente com candidaturas ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

ONDE O PT NÃO DISPUTARÁ NA CABEÇA DE CHAPA

Em outras 13 capitais, o PT abrirá mão de liderar as chapas que disputarão as prefeituras e apoiará candidatos de partidos que integram a base do governo federal. Isso acontecerá em São Paulo, onde os petistas não terão uma candidatura própria pela primeira vez desde a redemocratização do país. Na capital paulista, o PT indicou a ex-prefeita Marta Suplicy (PT) para ser vice, na candidatura que será liderada pelo deputado federal Guilherme Boulos (PSOL). Em São Paulo (SP), psolistas e petistas enfrentarão o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Há um conjunto de candidaturas apoiadas pelo PT de prefeitos que buscarão a reeleição com potencial de vitória e que são próximos do partido. É o caso do Rio de Janeiro (RJ), onde os petistas estarão no palanque do atual prefeito, Eduardo Paes (PSD) e também em Curitiba que deverão apoia Luciano Ducci do PSB sem ao mesmo indicar um vice.

PT NÃO TEVE CANDIDATURA PRÓPRIA À PREFEITURA     DE CURITIBA APENAS UMA VEZ DESDE 1985

Desde 1985, a história aponta o que tem sido uma regra para o PT de Curitiba nas eleições municipais: se lançar como cabeça de chapa na disputa à prefeitura. A exceção aconteceu apenas uma vez, em 2012, quando o partido apoiou o nome de Gustavo Fruet (PDT) e indicou a vice Mirian Gonçalves (PT), segundo o blog Brasil de Fato da jornalista Lia Bianchini.

Para as eleições de 2024, o PT aponta tendência de sair da sua regra histórica e não indicar nome próprio como candidato à prefeitura. A corrente majoritária — Construindo um Novo Brasil (CNB) — defende a política de aliança em frente ampla. O nome indicado é de Luciano Ducci.

Por outro lado, tendências internas do PT rejeitam o nome de Ducci e defendem a candidatura própria. Dos quadros petistas, já se colocaram à disposição do partido a deputada federal Carol Dartora, o deputado federal Zeca Dirceu e o advogado Felipe Mongruel, conhecido como Magal.

No último dia 2, o diretório municipal do PT fez uma reunião para definir o rumo do partido nestas eleições municipais. Para um lado sair vitorioso, precisaria atingir dois terços dos votos do total de integrantes do diretório. A escolha de apoiar novamente um candidato alinhado à centro-direita, como Ducci, de acordo com o petista, pode não apenas ser a repetição de um erro, como também enfraquecer o partido junto a seus militantes.

“Sem candidatura própria o PT sairá muito enfraquecido e até sem incentivo da militância. Quem defende a candidatura própria é o militante do dia a dia, aquela pessoa que está comprometida com o partido, que foi para a rua na campanha do Lula”, pontua.

A ala que defende a frente ampla em Curitiba aponta que a estratégia para as eleições de 2024 deve preparar o terreno para as eleições presidenciais de 2026, por orientação do diretório nacional do PT.

ROSINHA ADVERTE: “BOLSONARISMO FORTE”!                                                                                                                                                                 Tal análise, no entanto, não é consenso no partido. Doutor Rosinha é taxativo ao dizer que apenas a candidatura própria será capaz de fortalecer e defender o governo Lula. Ele entende que o PT Nacional “não está conseguindo fazer a leitura do que é Curitiba”. “Aqui, o bolsonarismo é muito forte e o jeito de fazer o enfrentamento é com candidatura própria. Se nós sairmos com ele [Ducci] não vamos enfrentar o bolsonarismo. Até porque na cassação da Dilma ele se comportou de uma maneira quase igual ao Bolsonaro”, pontua.

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