João Cláudio Genu é preso em nova fase da Operação Lava Jato

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Ex-assessor da Câmara dos Deputados é suspeito de ser beneficiário do
esquema de corrupção na Petrobras.

Foi preso na manhã desta segunda-feira, dia 23, em Brasília, durante a
deflagração da 29.ª fase da Operação Lava Jato, o ex-assessor da Câmara
dos Deputados João Cláudio de Carvalho Genu, que é suspeito de ser um
dos beneficiários ligados ao Partido Progressista no esquema de
distribuição de propinas da Petrobras na Diretoria de Abastecimento.
De acordo com a representação da Polícia Federal e o parecer do
Ministério Público Federal (MPF), que embasaram a decisão da 13.ª
Vara da Justiça Federal de Curitiba, os colaboradores Alberto Youssef,
Carlos Rocha e Fernando Baiano apontaram Genu como um dos beneficiários
da propina por intermédio de recebimento de valores em espécie. João
Cláudio Genu seria responsável por receber valores em espécie e
repassá-los ao ex-Diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto
Costa. Além disso, Genu seria o beneficiário de até 5% da propina que
era paga em razão dos contratos firmados com a Diretoria de
Abastecimento da Petrobras.
Como provas de corroboração desses depoimentos, foram apresentados
registros de entrada no escritório de Alberto Youssef, anotações do nome
de Genu e de outra pessoa que lhe ajudava no recolhimento de propinas na
contabilidade informal de Youssef e do Posto da Torre de Brasília,
compras de bens com dinheiro em espécie, além de inúmeras mensagens de
comunicações instantâneas de celular que comprovam os recebimentos.
O decreto é de prisão preventiva, sem prazo de duração. Segundo a
decisão do juiz federal Sergio Moro, “João Cláudio de Carvalho Genu
teria recebido propinas e participado de forma relevante no esquema
criminoso da Petrobrás ao mesmo tempo em que estava sendo processado
criminalmente perante o Egrégio Supremo Tribunal Federal por crimes de
corrupção passiva e de lavagem de dinheiro no âmbito da Ação Penal 470.”

João Cláudio Genu chegou a ser processado no Mensalão pelos crimes de
lavagem de dinheiro e corrupção passiva pelo saque em espécie da consta
SMP&B de Marcos Valerio de R$ 1.100.000,00 para ser destinado aos
parlamentares do Partido Progressista. Condenado pelos crimes no
primeiro julgamento, o ex-assessor da Câmara acabou se livrando de
qualquer punição, pois a condenação por corrupção passiva teve a
punibilidade extinta pela prescrição, enquanto a condenação por lavagem
de dinheiro foi revista pelo STF em sede de recurso de embargos
infringentes.
Além da prisão preventiva do ex-assessor da Câmara, foi decretada a
prisão temporária de um empresário suspeito de pagar propina a Paulo
Roberto Costa e Genu, para a obtenção de um contrato para a construção
de um terminal no Rio Amazonas. Também são alvos das medidas realizadas
hoje outras pessoas identificadas como emissárias que atuavam dentro do
esquema.
Na Operação Lava Jato, Genu já havia sido alvo de busca e apreensão na
Operação Politeia, determinada pelo Supremo Tribunal Federal a pedido da
Procuradoria-Geral da República, em julho de 2015.

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