Lava Jato: força-tarefa oferece denúncia envolvendo obras de construção da Casa de Força da Refinaria Abreu e Lima

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Executivos da empresa Alusa Engenharia recorreram a operadores financeiros para oferecer e pagar vantagens indevidas para executivos da Petrobras para celebrar contrato com a estatal

A denúncia oferecida nesta sexta-feira, 8 de junho, pela força-tarefa Lava Jato do Ministério Público Federal no Paraná (MPF/PR) mira os crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro praticados por três executivos da empresa Alusa Engenharia Ltda, dois operadores financeiros e, ainda, gerente da Petrobras, no interesse do contrato de implementação da Casa de Força (CAFOR) da Refinaria Abreu e Lima (RNEST) junto a Estatal.
Os empresários Cesar Luiz de Godoy Pereira, José Lázaro Alves Rodrigues e Mário Costa Andrade Neto; pagaram propina no montante de R$ 9,6 milhões (1% do valor do contrato original de R$ 966,1 milhões) para que ex-gerentes da Petrobras, entre eles Glauco Colepicolo Legatti, praticassem atos de ofício em favor da empresa, bem como se abstivessem de praticar atos que viessem contra os interesses da empreiteira durante o procedimento licitatório. Para realizar os pagamentos, os executivos utilizaram-se dos serviços dos operadores financeiros Luis Eduardo Campos Barbosa da Silva e Sérgio Souza Boccaletti, assim como do ex-executivo da Odebrecht Rogério Santos de Araújo.
O repasse da propina pelo Grupo Alusa se deu mediante operações de lavagem de capitais por meio da celebração de contratos fraudulentos de prestação de serviços no território nacional e posterior realização de depósitos em contas mantidas em instituições bancárias no exterior em nome de empresas offshores. Tais pagamentos ocorreram entre os anos de 2009 a 2014.
Em 2008, quando foi lançado o certame para definir a construção da Casa de Força da RNEST, a Alusa Engenharia não constava entre as empresas convidadas. Entretanto, mesmo não preenchendo todos os requisitos exigidos pela Petrobras para participar da licitação, a empresa prometeu e efetivamente efetuou o pagamento de vantagens ilícitas para executivos da estatal petrolífera e foi incluída no rol das licitantes, sagrando-se, ao fim, vencedora do certame.
As irregularidades, além de demonstradas pelas diversas provas levantadas durante toda a investigação, também constam de apurações conduzidas pela Comissão Interna da Petrobras, que identificou que houve negociação de proposta após encerrado o processo licitatório e a respectiva aprovação da contratação pela diretoria executiva, assim como a inclusão da empresa após o início do procedimento licitatório, que não atendia ao critério de seleção.

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