fonte:Ucho Haddad///
Inferno astral – Está cada vez mais sombria a situação da petista Gleisi Helena Hoffmann, senadora pelo Paraná e ex-ministra-chefe da Casa Civil. O ministro Teori Zavascki, relator dos processos decorrentes da Operação Lava-Jato, no Supremo Tribunal Federal, prorrogou por mais sessenta dias as investigações sobre a senadora. A medida pode ter graves desdobramentos.
De chofre, a decisão sinaliza que o depoimento à Polícia Federal e as alegações de seus advogados não foram suficientes para tirar o foco da suspeita que recai sobre a petista desde que os delatores do Petrolão, Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, revelaram que Glesi levou R$ 1 milhão do esquema investigado na esteira da Lava-Jato.
A situação de Gleisi Hoffmann é considerada especialmente delicada, pois seu marido, Paulo Bernardo da Silva (PT), esteve à frente do Ministério do Planejamento durante os dois governos Lula, condição que lhe permitia autorizar grandes obras, as quais sempre despertaram a cobiça das empreiteiras. Foi Paulo Bernardo que, segundo Paulo Roberto Costa, solicitou a contribuição de R$ 1 milhão (por fora) para a campanha de Gleisi ao Senado.
Para complicar, a carreira política de Gleisi (duas disputas ao Senado, uma à prefeitura de Curitiba e uma ao governo do Paraná) foi bancada por generosas doações de empreiteiras investigadas na Operação Lava-Jato.
Na última semana, a revista Época mostrou a existência de relações muito próximas entre Gleisi, enquanto chefe da estratégica Casa Civil, e o presidente da OAS, Léo Pinheiro, que chegou a ser preso pela Polícia Federal. Pinheiro fez cinco visitas à senadora para falar de negócios da empreiteira, que doou R$ 1 milhão para a campanha da petista ao Senado em 2010.
Zavascki estendeu as investigações de 20 dos 26 inquéritos abertos no STF para apurar o envolvimento de 50 pessoas no Petrolão, esquema de corrupção que desviou bilhões de reais dos cofres da Petrobras.
Após a autorização do ministro-relator para prorrogar o prazo de diligências dos inquéritos da Lava-Jato, a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Polícia Federal (PF) retomaram a coleta de depoimentos de investigados e testemunhas. As oitivas ficaram suspensas por duas semanas por decisão de Teori Zavascki, após desentendimento na condução das investigações entre a PGR e a PF. Os órgãos chegaram a um consenso sobre o calendário dos depoimentos que voltaram a ser agendados.