“ O Sr. GETÚLIO VARGAS parece, porém, haver restabelecido o regime de Conselheiro Rodrigues Alves, o qual costumava dizer:
MEUS MINISTROS FAZEM O QUE QUEREM; EXCEPTO O QUE EU NÃO QUERO”
(Do livro “Reminiscência” de Humberto de Campos, obra Póstuma, pág. 278, edição original de 1931/1933)
O mesmo conceito de Getúlio Vargas bem poderia ser, ou vir a ser, o lema do atual Presidente da República, Jair Bolsonaro, diante da insistente pregação de alguns Ministros, Senadores e Deputados Federais no sentido de que a venda dos Correios e Telégrafos, com a sua consequente privatização, seria um gesto de economia para os cofres públicos e um meio, também, de acabar-se com a burocracia reinante e mantida por servidores nomeados ou contratados, os quais só estariam pensando em contar tempo para pedir aposentadorias certas ou obtenção definitiva de agências para as quais as coletas de cartas, objetos e entregas de encomendas não passariam de fontes de renda continuas.
Em matéria de telégrafos estes nem mais existem.
O Código Morse, composto de 20 letras, também chamadas Ogamos, empregado no Século IV e exercitado, segundo o “Dicionário da Língua Portuguesa” – Aurélio- nas Ilhas Britânicas, Irlanda e País de Gales.
As palavras eram formadas mais ou menos assim: um toque, “a”, dois toques e um ponto, correspondia a uma linha e assim por diante.
Está na “Enciclopédia Saraiva de Direito”, vol.72, pág.187, que o Telégrafo era o instrumento de comunicação mais rápido e autorizado pelo CPC- Código de Processo Civil, artigo 205, em Carta de Ordem e Carta Precatória. No âmbito do Processo Penal poderia ser transmitida por telegrama, ordem de soltura decorrente da concessão de “Habeas Corpus”…Já, agora, com a ascensão da INTERNET mudou tudo e a profissão de Radiotelegrafistas ou Telegrafistas entrou em colapso. O sistema eletrônico, na área da justiça tornou obrigatório, consoante Lei nº 11.419, artº 3º., o seu uso dispondo que o Poder Judiciário “ deve manter equipamentos de digitalização e de acesso à Rede Mundial de Computadores.
Diante disso é que, sob a ótica de parcela do Congresso Nacional é que se vai ter que vender os Correios e Telégrafos, errado? Esta Instituição mantém, com lucros, a distribuição de mensagens rápidas, seguras e necessárias, não se apontando prejuízos.
Mas, admitindo, – se o contrário -, alguma empresa privada arriscaria jogar pela janela dinheiro bom num Departamento falido ou sujeito a só dar com “os burros na água”?
Claro que não!
Tomara, como o velho Getúlio, que Bolsonaro não queira a venda…