Já estava na hora e depois de 11 meses do terceiro mandato, Lula da Silva (PT) teve seu governo, pela primeira vez, desaprovado pela maioria da população, segundo pesquisa Atlas Intel divulgada nesta semana no jornal Valor Econômico. O levantamento mostra uma tendência de desaprovação que vem crescendo desde o início do mandato em função de diversas medidas adotadas e a situação vai piorar.
A avaliação negativa (o que inclui os quesitos ruim ou péssimo) do governo é de 45,1%, ante 42,7% de avaliação positiva (ótimo ou bom).* Dez por cento dos entrevistados consideraram o governo regular. Em janeiro, segundo os dados da série histórica do Atlas sobre a avaliação do governo, 38% consideravam a gestão do PT ruim ou péssima, contra 41% que declaravam ser ela ótima ou boa.
Par se ter uma ideia em 1º de janeiro, quando foi empossado Lula era aprovado por 51% dos entrevistados, de acordo com a série história do mesmo Atlas Intel. Passados 11 meses, esse índice é de 50%, dentro da margem de erro da pesquisa. A desaprovação, contudo, aumentou cinco pontos percentuais desde a posse, estando atualmente na casa dos 47%.*
O levantamento evidencia a persistência da polarização entre dois campos políticos, o lulismo e o bolsonarismo. O índice de entrevistados que dizem desconhecer sobre a aprovação ou desaprovação do governo Lula caiu de 7% para 3% de janeiro a novembro.
Segundo a metodologia do Atlas, os entrevistados são “recrutados organicamente durante navegação de rotina na web”. A pesquisa ouviu digitalmente 5.211 pessoas, a maior parte delas residente na região Sudeste, entre os dias 17 e 20 de novembro.
A área do Executivo mais desaprovada pelos entrevistados é exatamente aquela considerada – até por adversários – a mais bem-sucedida até o momento: a que cuida da responsabilidade fiscal e o controle de gastos, sob responsabilidade do Ministério da Fazenda. A área mais bem-avaliada, talvez influenciada pelo noticiário recente de guerra no Oriente Médio e a consequente operação do governo para retirar brasileiros da região, foi a de relações internacionais.
Os principais problemas do Brasil, ainda segundo os consultados pela pesquisa, são criminalidade e tráfico de drogas, corrupção e pobreza. Apesar disso, a maioria dos entrevistados demonstrou esperança de dias melhores, seja em relação à situação do Brasil, do próprio emprego e da família.
Numa comparação entre as lideranças políticas do país, também aferida pelo instituto, o que tem a pior imagem entre os entrevistados é o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), com 58%. Logo em seguida vem o ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes, quarto lugar na eleição presidencial do ano passado, com 54%, e o ex-presidente Jair Bolsonaro, desaprovado por 52% dos entrevistados.
Uma avaliação bem crítica e real se observamos os andamentos que estão ocorrendo nos 38 ministérios criados para barganhar apoios políticos e ajudar na governabilidade do país. A população está começando a sentir que nem só de promessas se faz uma gestão. Ninguém está suportando mais a conversa picanha e cervejinha no tradicional “enrolation” adotado por Lula e sua companheira de quarta Janja da Silva, que dá claros indícios de querer ser algo mais do que uma simples primeira dama como foram as antigas.
As primeiras trincas da erosão da popularidade já começaram e a verdade é uma só, “é um governo que desmoraliza o país em todos os sentidos”. A DIREÇÃO