LONDRINA::: Em desdobramento da Operação Publicano, empresários e advogados terão que usar tornozeleira eletrônica

Tornozeleiras-PR

O Ministério Público do Paraná, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Londrina, na região Norte-Central do estado, cumpriu nesta quarta-feira, 13 de setembro, mandados de busca e apreensão, em desdobramento da Operação Publicano (fase IV). Foram cumpridos quatro mandados em sete locais da cidade: dois em escritórios de advocacia, quatro em residências e um em empresa de comércio de peças. O Gaeco cumpriu também medidas cautelares contra quatro pessoas (dois advogados e dois empresários), que terão que usar tornozeleira eletrônica como medida alternativa à prisão.
Esta operação é um desdobramento da quarta etapa da Publicano, deflagrada em dezembro de 2015, em que foram denunciados 110 pessoas, entre elas uma mulher que seria “laranja” em uma empresa envolvida no esquema. No decorrer do processo, um oficial de Justiça foi procurar a mulher para que ela fosse citada da denúncia, mas foi direcionado ao escritório de um advogado que integra a organização criminosa. Esse advogado apresentou uma falsa procuração em nome da mulher, afirmando que ela se dava como citada da denúncia, ou seja, se dizia ciente dos fatos e da existência da ação penal contra ela. Posteriormente, quando foi marcado o interrogatório, outro advogado (também integrante do esquema) requereu a dispensa da mulher do ato.
O Ministério Público suspeitou da situação e localizou a mulher, que na verdade era moradora do Rio Grande do Sul e não tinha nenhuma empresa em seu nome. Também não tinha conhecimento sobre a empresa, e muito menos sabia que havia sido denunciada pelo Gaeco. A falsificação do contrato social da empresa e da procuração levaram a mulher a responder indevidamente ao processo criminal.
A partir disso, os integrantes da organização criminosa passaram a oferecer vantagens à mulher, para que ela prestasse declarações falsas em juízo, com o objetivo de embaraçar a investigação criminal. Os envolvidos estão sendo denunciados pelos crimes de associação criminosa, falsidade ideológica, fraude processual, uso de selo e sinal público falso, embaraço à investigação que envolve organização criminosa, corrupção de testemunha e uso de documento falso.

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