O Ministério Público do Paraná, por intermédio de 29ª Promotoria de Justiça de Londrina, ofereceu nesta
segunda-feira, 16 de novembro, mais cinco denúncias relacionadas à rede de
exploração sexual de adolescentes que existia na cidade e que começou a ser
revelada em janeiro deste ano. Ao todo, oito pessoas foram acusadas por
crimes cometidos contra 17 vítimas, que tinham, à época dos fatos, entre 14
e 17 anos.
Dentre os novos denunciados estão um serventuário da Justiça, um advogado,
um agricultor e dois empresários (um de Jacarezinho e outro de Londrina,
que está foragido desde março). Os crimes, cometidos entre 2008 e 2014, são
de exploração sexual de adolescentes. Além dos citados, constam na
denúncia, ainda, duas aliciadoras e um empresário de Cambé – os três já
denunciados anteriormente pelo Ministério Público pelos mesmos crimes.
Essas novas denúncias fazem parte de um segundo conjunto de inquéritos
policiais sobre exploração sexual infanto juvenil instaurados pelo Gaeco de
Londrina, que estavam aguardando análise da 29ª Promotoria. A primeira leva
de inquéritos resultou no oferecimento de nove denúncias, com 13 réus, no
último dia 5 de novembro.
*Esquema –* A rede começou a ser revelada no início deste ano com a prisão
em flagrante de um auditor-fiscal de Londrina. Desde então, um grande
esquema de exploração foi relevado, envolvendo homens que pagavam por
programas sexuais com crianças e adolescentes e jovens responsáveis por
aliciar as meninas.
Dentre os processos, um já teve condenação pela Justiça: o do
auditor-fiscal preso em flagrante no início do ano. Uma aliciadora, de 19
anos, também foi condenada. Ambos assinaram termo de delação premiada com o
Ministério Público. Com isso, o auditor foi condenado a quatro anos de
prisão em regime semiaberto por exploração sexual, um ano de detenção por
porte ilegal de arma e pagamento de multa. Já a aliciadora recebeu pena de
dois anos de prisão em regime aberto e multa.
Em quase um ano de investigações, o Gaeco de Londrina concluiu 39
inquéritos sobre a rede de exploração sexual da cidade, os quais resultaram
em 32 ações penais que estão tramitando na Justiça. Nas ações, há 36 réus e
foram identificadas pelo menos 50 vítimas.