Lula ataca partidos da ‘base aliada’ de Dilma

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O ex-presidente Lula defendeu nesta quinta-feira (17) que é preciso acabar com partidos “laranjas, de aluguel” que usam o tempo que possuem de propaganda eleitoral na TV e no rádio como negócio. Há duas semanas, a presidente Dilma Rousseff, sua afilhada política, ordenou a troca de dois ministros atendendo demandas do PR, para evitar que o aliado migrasse para a oposição e fizesse com que ela perdesse mais tempo de TV no horário eleitoral em sua campanha à reeleição. As informações são da Folha de S. Paulo.

A movimentação foi intensificada depois da traição do PTB, que deixou a base governista para apoiar o presidenciável tucano Aécio Neves. Dilma ainda cedeu ao PP cargos de direção em estatais e assegurou que o PSD terá seu espaço ampliado em eventual segundo mandato. Nas últimas eleições, o PT tem feito amplas alianças para garantir o maior tempo de TV. Os comerciais são considerados o principal instrumento para conquistar votos.

Segundo dados da Justiça Eleitoral, Dilma deverá ter 11 minutos e 48 segundos em cada bloco de 25 minutos de propaganda, quase três vezes o tempo de Aécio. “Vamos aproveitar a campanha para pegar assinaturas para dar entrada num projeto de lei que possa mudar substancialmente a política brasileira, ter partidos mais sérios, acabar com partidos laranjas, de aluguel, acabar com os partidos que utilizam seu tempo [de TV] para fazer negócio”, disse Lula em vídeo gravado para a juventude.

Ao defender uma ampla reforma política, Lula pregou o voto em lista. “É o partido que tem que indicar quem são os melhores nomes e responsabilizar as pessoas. Um deputado não poder ser avulso, tem que ser um deputado do partido”, disparou. “Se ele trair o programa do partido, tem que ser expulso.”

Lula afirmou que doações privadas para as campanhas deveriam ser “crime inafiançável”. Grandes empresas doaram ao PT R$ 79,8 milhões em 2013. Em 2010, cerca de 98% das receitas das candidaturas Dilma e de José Serra (PSDB) ao Planalto foram de empresas.Para Lula, “a política está apodrecida” no Brasil e em várias partes do mundo porque há uma rejeição da própria política.

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