O humorista Danilo Gentili rebateu neste sábado, 28, no blog O Antagonista,
as acusações que teria feito piada com o caso da adolescente estuprada no
Rio do Janeiro. Gentili não fez qualquer piada a respeito, o que usaram nas
redes sociais para atingi-lo foi uma outra piada sobre um caso mal contado
em uma das edições do BBB na Globo. De qualquer forma, Gentili ataca o que
chama de “cultura da indignação seletiva” e lembra de casos de violência e
ofensas às mulheres que não foram vexados por ter petistas e assemelhados
como protagonistas. “Me lembro de Eduardo André Gaievski, assessor da
senadora Gleisi Hoffman, estuprador de criancinhas”, diz Gentili em trecho
da sua postagem.
“Me lembro do líder Lula falando ao telefone que uma mulher ficou chateada
porque não foi estuprada por cinco homens. Me lembro da Dilma, presidente
do País, rindo com gosto desse comentário. Me lembro da deputada Maria do
Rosário defendendo com unhas e dentes o Champinha, o cara que junto com
seus comparsas estuprou e matou uma menina. Me lembro do Zé de Abreu
cuspindo duas vezes no rosto de uma mulher porque o marido dela discutiu
com ele. Todos esses casos de violência contra a mulher não foram
piadinhas. Foram sérios”, diz ainda trecho do artigo. Leia a seguir a sua
íntegra.
Danilo Gentili: Precisamos Falar Sobre Estupro
“Até quando influenciadores, líderes e formadores de opinião vão incentivar
o machismo e promover a violência contra a mulher?
Me lembro de Paulo Ghirdardelli, professor universitário, um educador,
falando que a nordestina Rache Sheherazade deveria ser estuprada urgente. O
motivo da convocação violenta? Ele discorda de algumas opiniões dela.
Me lembro do líder Lula falando ao telefone que uma mulher ficou chateada
porque não foi estuprada por cinco homens. Me lembro da Dilma, presidente
do País, rindo com gosto desse comentário.
Me lembro da deputada Maria do Rosário defendendo com unhas e dentes o
Champinha, o cara que junto com seus comparsas estuprou e matou uma menina.
Me lembro de Eduardo André Gaieviski, assessor da Senadora Gleise Hoffman,
estuprador de criancinhas.
Me lembro do Zé de Abreu cuspindo duas vezes no rosto de uma mulher porque
o marido dela discutiu com ele.
Todos esses casos de violência contra a mulher não foram piadinhas. Foram
sérios.
Isso me fez lembrar de mais uma coisa: o jornalismo militante, as feminazis
e os blogueiros do “bem” – esses mesmos que sempre compartilham piadas de
humoristas fora do contexto convocando ao linchamento e que agora estão
usando como propaganda ideológica o hediondo estupro de uma garota –
ficaram completamente calados em todos esses graves casos. Me lembro até de
alguns deles defendendo e justificando as atitudes dos nomes acima citados.
Desconfie de quem se escandaliza com piadinha retirada de contexto mas se
cala perante casos hediondos.
Precisamos acabar com a indignação seletiva pois ela gera uma classe de
pessoas que acham que estão acima do bem e do mal. Tenho medo que daqui a
pouco basta alguém dizer que é da corrente ideológica deles para conseguir
uma licença para estuprar.
PRECISAMOS ACABAR COM A CULTURA DA INDIGNAÇÃO SELETIVA.
No fim das contas licença para matar é o que realmente desejam. Não é a toa
que sempre procuram um motivo para apedrejar qualquer pessoa discordante e
fazem apologia à barbárie o tempo todo com rostos e símbolos de assassinos
em seus posts e camisetas.
PRECISAMOS ACABAR COM A CULTURA DO GENOCÍDIO”.
(foto: reprodução/facebook)
*link do artigo*
http://www.oantagonista.com/posts/danilo-gentili-precisamos-falar-sobre-estupro