Mirian não vê legado de Fruet em Curitiba

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A vice-prefeita de Curitiba, Mirian Gonçalves, também escreveu uma carta ao
prefeito Gustavo Fruet (PDT). Através de artigo, publicado nesta
segunda-feira, 14, na Gazeta do Povo, Mirian defende a candidatura própria
do PT à prefeitura de Curitiba e aponta os avanços socioeconômicos do
petismo no país. Não há uma linha sobre o legado de Fruet em Curitiba.
Sequer uma obra, um índice econômico e social, um programa ou coisa que
valha que mereça destaque nos três anos do governo PDT/PT na capital
paranaense.

Mirian faz seus desabafos. O primeiro, revela a perplexidade “com o tom de
surpresa adotado dentro e fora do partido e do governo municipal” com a
vontade do PT de disputar a prefeitura de Curitiba, mas adianta que Fruet
já a sabia desde o início do ano. Foi a única vez que tratou de Fruet no
artigo. E não há defesa dele ou de seu governo.

A advogada também manda recados para os ex-petistas, que saíram do partido,
e para os petistas que não defendem a estrela. “Os bons momentos do partido
serviram a muitos, inclusive com altos cargos no comando de municípios, dos
governos estadual e federal, do Poder Legislativo e, ainda, em suas
campanhas políticas. Agora, em situação difícil, negam a estrela mais de
três vezes em um só dia e saem em debandada”.

“Não tenho compromisso com quem sai do PT. É interessante observar alguns
comportamentos, desde o “nunca me identifiquei com o PT” ao “nunca fui
identificado como PT”. Esqueçam! Quem não traz a estrela no coração já a
tatuou na testa”, vaticina a vice-prefeita.

Leia a seguir o artigo na íntegra.

*PT, pra que te quero?Mirian GonçalvesHá meses venho defendendo a
candidatura própria do Partido dos Trabalhadores à prefeitura de Curitiba
em 2016. Deixei as minhas razões bem claras. Fiquei um pouco perplexa com o
tom de surpresa adotado dentro e fora do partido e do governo municipal.
Não foi o caso, evidentemente, do prefeito Gustavo Fruet, com quem tenho
tratado abertamente do tema desde o início do ano.É sabido que a nossa
estrela tem causado incômodo a muita gente. Pesa. Ora, integrar um partido
político que tem envolvidos em escândalos de corrupção não é confortável
para ninguém. Não concordo com o que foi feito de errado, mas nós, a
maioria, não participamos.Nessa vala do desconforto não podemos jogar anos
de avanços socioeconômicos, muitos conhecidos e outros nem tanto, como o
ganho real de 42,9% sobre o salário médio de admissão. A renda dos
agricultores familiares cresceu 52% entre 2003 e 2011, segundo o Incra e o
MDA. O Programa Crescer de microcrédito injetou R$ 14,1 bilhões na economia
em apenas dois anos após a sua criação, em 2011, segundo o MDS. Foram 18
novas universidades federais. O orçamento da cultura cresceu de R$ 276,4
milhões, em 2002, para R$ 3,27 bilhões, em 2014, segundo o Ministério da
Cultura.Conquistas como essas correm riscos de absurdos retrocessos. Avança
a extrema-direita pelo mundo, a exemplo dos franceses que votaram em peso
na Frente Nacional, aprovando o seu discurso nacionalista e contra o fluxo
migratório. Da mesma forma ocorreu na Argentina e na Venezuela.E no Brasil?
O cenário de crise é inegável, como também é a insistência midiática do
risco de um contexto catastrófico e inédito com um único objetivo: cassar o
mandato da presidente Dilma. Em entrevista recente ao jornalista Roberto
D’Avila, o senador Aécio Neves, ao ser perguntado se se sentia bem como
líder da oposição, respondeu: “Talvez eu me sentisse melhor se tivesse
vencido as eleições”. Perdeu-se qualquer sombra de pudor.E o PT, como fica?
Vimos, no decorrer deste ano, a saída sistemática de filiados em todo o
país e, claro, em Curitiba. Daí vem a pergunta que está no título deste
artigo: “PT, pra que te quero?”Os bons momentos do partido serviram a
muitos, inclusive com altos cargos no comando de municípios, dos governos
estadual e federal, do Poder Legislativo e, ainda, em suas campanhas
políticas. Agora, em situação difícil, negam a estrela mais de três vezes
em um só dia e saem em debandada.A defesa do partido é urgente. Em
Curitiba, acredito que é fundamental a candidatura própria em 2016. Será a
oportunidade para uma interlocução direta com os cidadãos. São apenas
alguns minutinhos de rádio e televisão, sim! Mas, se não valessem nada, não
seriam namorados.Não tenho compromisso com quem sai do PT. É interessante
observar alguns comportamentos, desde o “nunca me identifiquei com o PT” ao
“nunca fui identificado como PT”. Esqueçam! Quem não traz a estrela no
coração já a tatuou na testa.Mirian Gonçalves é vice-prefeita de Curitiba e
uma das fundadoras do PT no Paraná.*
(foto: fórum de mulheres)

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