A Polícia Federal está periciando as doações da empreiteira Andrade
Gutierrez, no valor de R$ 292,5 milhões entre 2008 e 2014, para campanhas
eleitorais. A PF já chegou a conclusão que o dinheiro faz parte dos
esquemas de corrupção utilizados pelo PT e partidos aliados na Petrobras. Da
planilha da Polícia Federal, o partido do prefeito Gustavo e Fruet, o PDT,
recebeu R$ 1.670.000,00. Só no ano da campanha de Fruet, em 2012, o PDT
recebeu R$ 670 mil. O PDT financiou a campanha de Fruet em R$ 1.749,973,00
(há dois registro na prestação de contas de Fruet em nome do PDT: um de R$
600 mil e outro de R$ 1.149.973,30).
Aliado de Fruet em campanhas e com cargos na prefeitura, o PT é outro
partido que aparece na lista da Andrade Gutierrez e recebeu no período,
entre 2008 e 2014, nada menos que R$ 91 milhões. Só em 2012, o PT recebeu
R$ 23.370.000,00. O PT foi o maior financiador do pedetista. Fruet recebeu
R$ 1.979.310,00 em 2012 para disputar a prefeitura de Curitiba.
A OAS, outra empreiteira investigada nos esquemas de corrupção da
Petrobras, também fez a mais generosa doação oculta para Fruet em 2012,
Foram R$ 500 mil, repassados no segundo turno por meio do diretório
estadual do PDT. Na prestação de contas de Fruet se constata que mais de
60% das doações vieram por meio de transações ocultas.
“Cai por terra todo o discurso de Fruet que não há corrupção na prefeitura
se o esquema que o elegeu foi todo corrupto, dinheiro de propinas e de
empreiteiras envolvidos nos escândalos de corrupção revelados pela operação
Lava Jato”, disse um vereador que se afastou da base de apoio do prefeito
para “não ser contaminado”.
Fruet tenta se descolar do PT, Dilma e do PDT
O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), entrou a semana tentando se
descolar o PT – partido que o financiou em 2012 com dinheiro sujo da
Petrobras e que ainda mantém cargos e a vice-prefeita Mirian Gonçalves na
prefeitura -, da presidente Dilma Rousseff (PT) – a quem Fruet apoiou em
2014 e ainda assinou um manifesto contra impeachment -, e do próprio PDT,
seu partido, que votou contra o impedimento da petista.
Na Gazeta do Povo deste quinta-feira, 21, Fruet já que o impeachment “é
inevitável”, que o PDT devia romper com Dilma e deixar os cargos no
governo. Não falou da censura imposta pelo presidente nacional do PDT,
Carlos Lupi, aos dissidentes favoráveis ao impedimento e nem da sua base de
apoio na Câmara que vereadores como Jonny Stica (PDT), Pedro Paulo (PDT),
Professora Josete (PT) e Paulo Salamuni (PV) contrários ao impeachment.