O ACORDO VERGONHOSO DAS CONCESSIONÁRIAS

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Quem acompanha esta coluna, leu no mês de dezembro comentários sobre o acordo feito pelo MPF com a concessionária Ecocataratas, que confessou a compra da cúpula do DER do Paraná, nos últimos 20 anos, para superfaturar as tarifas do pedágio.

Na ocasião escrevi que esse foi um acordo leniente, generoso para com a concessionária, um verdadeiro presente bilionário, pois previa a devolução de menos de 10% do valor roubado, em condições que um ladrão de galinhas faminto nunca teve ao ser flagrado.

Eis que aparece em Cascavel o Governador do estado, e, com seu companheiro político Paranhos, anunciam com pompa e circunstância que o estado “concordava” que uma pequena parte do roubo fosse destinada à construção do Trevo Cataratas, obra esperada pelo setor dos transportes há 20 anos. Isso aconteceu em dezembro de 2019.

Festa, rufar de tambores, e até uma nota oficial assinada por doze das nossas mais importantes entidades empresariais, exibida em todos os nossos jornais em páginas inteiras, com expressões como “com lágrimas nos olhos agradecemos ao governador e ao MPF por esta grande obra”, e sandices do mesmo nível.

A situação, no momento, é a seguinte:

  1. Nem projeto existe. Sem projeto, ninguém sabe quanto vai custar a obra, portanto 130 milhões de reais pode ser tudo, metade ou percentual insignificante.
  2. Quem vai aprovar o projeto são os técnicos de carreira do DER, muitos deles componentes da equipe que aprovou os superfaturamentos dos últimos 20 anos e fazia de conta que tudo estava uma maravilha. Também vão autorizar e referendar os valores mostrados pela concessionária, não é bonito isso?
  3. O anúncio bombástico, que previa a obra pronta em 2020, o que certamente causaria uma cachoeira de lágrimas nas diretorias da ACIC, da AMIC, da Sociedade Rural e muitas outras, além do candidato Paranhos, virou deboche na região.
  4. O MPF, chefiado pelo prezado Deltan Dallagnol, anunciou a enorme conquista (a devolução, fictícia até hoje, de 10% do roubado) e não voltou ao assunto.
  5. Sem querer exercitar a futurologia, podemos esperar que, diante da queda real na arrecadação do pedágio em face de pandemia, tenhamos a concessionária pedindo ao Judiciário a prorrogação dos prazos da obra, com deferimento rápido.
  6. Nenhum brasileiro, pego em flagrante roubando alguma coisa, entrou com pedido de isonomia, na Justiça, solicitando o mesmo tratamento dado às concessionárias.
  7. COLUNA DE CASCAVEL DE MANO PREISNER

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