
Esta é uma página que não podemos apagar na história dos maiores escândalos causados pela corrupção em nosso país.
Vivendo novos capítulos da Operação Lava Jato, que se transformou em motivo polêmico, devido a mistura política com uma situação que abriu muitas caixas pretas que guardavam segredos de crimes financeiros abomináveis, passamos a sentir que a presente fase de revelações não pode simplesmente ficar sepultada por um esquecimento conveniente e que acabe sendo prescrito.
Recordamos de forma cronológica o que ocorreu com este escândalo do Banestado, crimes que ocorreram nos anos 90, mas que se abriram conhecimento público a partir do ano 2000.

Este longo processo que acabou sendo empurrado para baixo dos tapetes políticos da conveniência, deixou um saldo que na atual moeda brasileira chegaria, pasmem, a mais de um trilhão de reais, soma que ultrapassa em muitos milhões os roubos descarados e que se revelaram até hoje com a Lava Jato.
Por conta de tal volume de prejuízos causados ao pais, com suspeitas de que ligações com o passado deveriam serem investigadas à exaustão, fica clara a preocupação daqueles que não se conformam, inclusive, com o envolvimento na atualidade de personagens bastante suspeitas com o Caso Banestado, cuja semelhanças nos fazem continuar acompanhando com interesse o que ocorreu quando tentaram dilapidar de uma vez um tesouro chamado Petrobras.
Aceitar pura e simplesmente que o grande escândalo do passado seja esquecido porque deu lugar a novos crimes financeiros que confirmam a podridão do sistema vigente no pais, é concordar com bilhões de dólares que espertalhões mandaram para o exterior e que nunca voltaram ao tesouro nacional para ressarcir os prejuízos causados aos clientes do saudoso Banestado e aos cofres de um Estado, que até hoje continua pagando uma salgada conta.
Coniventes com o escândalo do banco paranaense nos anos 2000, interessados desconversam e fazem questão de esquecer o assunto porque certamente lhes é conveniente por alguma lembrança incomoda que possa lhes comprometer no presente com uma recordação criminosas.
Não podemos aceitar que por conveniência se esqueçam as responsabilidades de quem se envolveu diretamente com a matéria, recordando ações que o governo federal promoveu para sepultar este cadáver, cujo personagem principal foi o doleiro Beto Youssef, delator por duas vezes de crimes financeiros que tiveram como um dos principais responsáveis por investigações do passado e do presente, e que é Sergio Moro.
Absolvido por contar à sua maneira os dois escândalos, e para um mesmo Juiz que o mandou para casa, Beto Yussef praticou um verdadeiro deboche as autoridades brasileiras quando liberto por delação premiada, voltou a mesma pratica criminosa através de crimes que voltou a praticar quando o Petrolão se instalou no contexto político nacional.
Governo FHC contribuiu de forma decisiva quando encerrou o seu tempo em Brasília, sentindo naturalmente que o PT que o sucedeu teria seus próprios escândalos com que se preocupar e jamais voltaria ao passado para uma punição exemplar.
Por conta disso, vinte anos depois, continuamos na mesa, com o Caso Banestado sendo apenas uma turva lembrança do passado, deixando na comodidade todos os seus envolvidos, e com o Banestado virou fruto de um negócio também suspeito, e que jogou para o fundo do poço uma venda que consultou determinados interesses, mas nunca os verdadeiros objetivos do povo paranaense.
É por conta de tudo isso e mais um pouco que volta e meia recordamos em nossas edições, que mantemos a lembrança como capaz, quem sabe, de motivar alguém que no futuro se interesse em abrir totalmente esta verdadeira caixa preta.
BANESTADO NÃO PODE SER UM CASO PARA A “GAVETA DO ESQUECIMENTO”
Foi a maior lavagem de dinheiro de que se tem notícia até os dias de hoje, embora o noticiário da atualidade insista em colocar os escândalos da Lava Jato como o fato de maior importância na história política de um país onde a podridão do sistema se arrasta há muitos anos.
Jogar para a “gaveta do esquecimento” esta prática criminosa desvendada nos anos 2000, é tentar passar um atestado de ignorância aos brasileiros, quanto a situações vergonhosas que não podemos aceitar simplesmente passando uma borracha para que a volta ao passado, não comprometa a memória de “ilustres autoridades envolvidas com os crimes financeiros que até hoje mantêm em paraísos fiscais verdadeiras fortunas.

A quem interessa manter no esquecimento o “Caso Banestado”?
Uma boa pergunta, principalmente depois que se sabe terem retornado ao Brasil pouco mais de cento e vinte milhões de dólares de um levantamento que apontou bilhões, e que através da evasão de divisas permanece como crime até hoje não esclarecido.
RECORDAÇÃO
Voltemos no tempo para que todos entendam perfeitamente como se descobriu este que foi um escândalo maior do que tudo aquilo que envolveu a Lava Jato, cuja repercussão na atualidade é maior que a projeção que alcançaram aqueles crimes envolvendo o saudoso Banestado de tão triste memória.
Foi em 1997 que o Promotor Federal, Celso Três, colocou o dedo nesta ferida fazendo-a sangrar, e revelar a maior lavagem de dinheiro que já se teve notícia neste país abrindo uma verdadeira caixa preta na qual estavam envolvidos negócios escusos feitos através de um esquema que usou as Contas CC-5 para tornar realidade este que foi o maior roubo financeiro promovido no pais em todos os tempos.
O monitoramento feito por aquele Promotor revelou que de 1991 a 1996, valores em moeda brasileira foram transformados em dólar e enviado para os Estados Unidos, via agência do Banestado em Nova York, atingindo um valor da ordem de US$ 124 bilhões, conta esta que mais tarde chegou a US$ 219 bilhões em um levantamento de 1991 a 2003 quando Celso Três apontou as contas CC5 como o negócio via Banestado, que facilitava empresários, autoridades, políticos e até empresas de comunicação, todos usando de um esquema criminoso que lhes permitia levar para paraísos fiscais o resultado de seus crimes no Brasil.
Das revelações que colocaram a agência Banestado em Nova York no centro das ações criminosas, as investigações se estenderam a fronteira Brasil-Paraguai-Argentina, e começaram a desvendar crimes que mostraram mais tarde o volume de recursos desviados do Brasil através das CC-5, sendo usadas contas bancárias numa rede de nomes fictícios, empresas fantasmas e participação direta de funcionários do próprio banco que passaram a ter papel decisivo para que os negócios prosperassem.
Foi nesta altura que mais um destacado personagem se envolveu nas investigações, buscando inclusive em Nova York elementos necessários para quase tudo fosse esclarecido.
Designado para apurar este esquema de lavagem de dinheiro que havia escolhido o Banestado dose Nova York como centro do volumoso esquema, o Delegado Federal Castilho Neto cumpriu sua missão, apurando 137 contas participantes do negócio criminoso, descobrindo que remessas ilegais eram enviadas para Ilhas Cayman, Suíça , e outros paraísos fiscais, montando um relatório de mais de 400 páginas, mas que no Brasil tiveram um estranho esquecimento determinado mais tarde pelo Ministro da Justiça, Thomaz Bastos.
Este esfriamento em torno das revelações promovidas na oportunidade, dizem que aconteceu a partir do momento em que o mesmo apontou uma conta criada por este esquema de lavagem de dinheiro, e que se identificava por “Tucano”.
LIGAÇÃO
Toda esta dinheirama da lavagem de dinheiro proporcionada pelas CC- 5 do saudoso Banestado, fizeram renascer agora especulações em relação ao envolvimento de dois nomes que estão intimamente ligados com o escândalo financeiro do passado e a atualidade com a Operação Lava Jato, por conta do envolvimento destes nomes cuja atuação em ambas as situações foram bastante decisivas: Sergio Moro e Beto Youssef.
Com o STF tendo na mira o ex-Ministro da Justiça, e o conforto que vive hoje o doleiro cuja delação premiada nos dois assuntos, Banestado e Lava Jato, deixam no ar a suspeita de um senhor negócio, tudo está a indicar que os próximos meses poderão ser de intensa turbulência.
PARANAENSE
Justiça seja feita com dois nomes políticos que volta e meia voltam a lembrar e a comparar os escândalos investigados do Banestado e da Lava Jato, com o primeiro sendo bem maior que o segundo, embora um tenha obtido menor repercussão que o outro, atendendo a convenientes interesses.

Os dois, Neivo Beraldim, que presidiu e levou até o final uma CPI a respeito do Banestado, e Roberto Requião que através do Senado tentou levar ao sucesso uma CPI nacional que bateu de frente com políticos interessados em abafar os escândalos causados com a lavagem de dinheiro no banco paranaense, continuam com a mesma disposição de manter campanha para que tudo seja apurado, punindo os figurões que até hoje permanecem impunes.
Neivo Beraldim se mantém inconformado com os resultados apontados pela CPI do Banestado, que comandou na Assembleia Legislativa, o mesmo ocorrendo com Roberto Requião cujo inconformismo com os tucanos certamente vão alimentar sua contínua luta contra Sergio Moro e os tucanos.
Por conta destes dois pelo menos, a certeza de que o escândalo Banestado, a Lava Jato e os dois principais nomes envolvidos com esta história toda, Sergio Moro e Beto Youssef, estes assuntos jamais cairão na famosa “gaveta do esquecimento”.