Na história brasileira, o termo “Dia do Fico” refere-se primariamente ao episódio de 9 de janeiro de 1822, quando o então príncipe regente D. Pedro I decidiu permanecer no Brasil, contrariando as ordens das Cortes Portuguesas para que retornasse a Lisboa.
Na política paranaense e brasileira, a expressão “dia do fico” é, por vezes, usada metaforicamente pela imprensa e por colunistas para descrever a decisão de um político de não mudar de partido ou de permanecer em um cargo, após especulações em contrário.
No Paraná, temos uma parte da história quando em 1986, Álvaro Dias, foi eleito governador do Paraná e, sua gestão foi marcada por altos índices de aprovação como a própria Revista Veja, em 27 de setembro de 1989, fez uma matéria destacando o crescimento do estado acima da média nacional. “Nunca crescemos tanto em tão pouco tempo”, disse Álvaro a reportagem que ficou conhecida como “O Segredo de um Campeão de Fartura”.

Vale destacar a coincidência de Álvaro com Ratinho Jr. em relação aos bons índices e recordes em sua gestão, todos acima da média dos estados brasileiros. Mas o interessante desta história é que muitos políticos em 1990, esperavam a saída de Álvaro do governo para a posse de seu vice Ari Queiroz. A Assembleia estava preparada com o Presidente da época, Aníbal Curi, aguardando a carta de renúncia do governador (que já estava até escrita, faltava só a assinatura), para ser publicada em todos os órgãos de imprensa da época e ela não foi assinada, criando um suspense nunca visto dentro da assembleia que já estava preparada para o tal evento que foi se arrastando até mais de 23 horas do dia 1º de abril de 1990.

A notícia da desistência de Álvaro em não renunciar foi passada por José Domingos Scarpelini aos deputados que aguardaram até altas horas do dia 1º de abril de 1990 pelo ato. Foi uma decisão que abalaria o Paraná poia cancelou a transmissão do cargo para o vice, engenheiro Ary Queiroz, PMDB, e permaneceu até o fim do mandato. Álvaro renunciou, também, a uma eleição praticamente certa para o Senado da República.

MOTIVO DA DESISTÊNCIA Segundo as informações da época, era de que chegou ao governador de que o vice, até então afável e cordato, faria uma gestão de terra arrasada contra ele, com denúncias e demissões de aliados. Para se ter uma ideia, nos últimos 40 anos, só Álvaro Dias, Jaime Canet Junior e Jaime Lerner concluíram o mandato integral. Álvaro pagou um preço alto em permanecer no cargo, pois teve que escolher entre Hélio Duque, Rubens Bueno e Roberto Requião para concorrer nas eleições de outubro de 1990 e, optou pelo boquirroto. Em uma eleição super disputada com a vitória de Requião no segundo turno, Álvaro com todo o prestigio conseguiu transferir votos para Requião e fazer o sucessor. O pior da história vem depois, Requião não levou nem um mês após assumir o governo e trair Álvaro, sem dar nenhuma chance de ele participar do mandato. Acabou sendo mais integrante do leque das traições feitas pelo boquirroto ao longo da carreira política, que hoje se agarra no time da esquerda para manter a dinastia no poder.
O DESTINO DE RATINHO JR.:

Ratinho Jr. para presidente,senado ou o vice ideal de Tarcísio de Freitas?
Ratinho Jr. não pode mais concorrer ao governo do estado, porque a Constituição veda terceiro mandato consecutivo, e para disputar a presidência, vice ou o Senado, terá que renunciar até 4 de abril de 2026. Se resolver ficar deve completar o mandato até o dia 5 de janeiro de 2027, que é a nova data exigida pelo Congresso Nacional. Alguns blogs levantaram a hipótese de Ratinho Jr. estar desistindo de ser presidente e esperar um convite para vice de Tarcísio de Freitas, aceitando futuramente um cargo de ministro ou a direção da Itaipu.
Ratinho tem sido bem ponderado em seus discursos e disse que vai aguardar o que o partido decidir e que ele está a disposição para ser o candidato a presidente e espera contar com o apoio de todos os outros da ala direita nas eleições de 2026.O governador tem sido o candidato com menor rejeição e o de melhor aceitação popular nas seguidas pesquisas realizadas.Segundo a pesquisa da Futura divulgada nesta quinta-feira (6). Ele pontua com 43,4%, contra 38,9% do petista. Esse é o maior número alcançado pelo pré-candidato do PSD desde o início da série histórica, em julho de 2023.Ratinho Junior cresceu mais de dez pontos percentuais desde meados do ano passado. Na primeira pesquisa Lula aparecia com 47,3% e ele com 32,8%.
A pesquisa de outubro aponta que apenas Ratinho Junior, Tarcísio de Freitas e Michelle Bolsonaro têm chances contra o candidato do PT. O governador do Paraná tem uma margem muito próxima de votos de Tarcísio de Freitas, que soma 45,3% contra 39,5% de Lula.
Com a alternativa de permanecer no Palácio Iguaçu, Ratinho pode organizar o tabuleiro estadual, escolher sucessor e coordenar eventual campanha presidencial de Tarcísio na região Sul. A realidade é que o atual governador está bem situado em todos os cargos políticos que resolver escolher, os números do estado não mentem e a escolha do seu destino será em abril certamente.
UMA VITÓRIA DO PARTIDO EM 2026 IRÁ GARANTIR POSSIVELMENTE 16 ANOS DE MANDATO NO ESTADO.