O Vice de Cristina Graeml, Jairo Filho é acusado de fraudes financeiras; mas candidata afirma que não há condenação

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O candidato a vice-prefeito de Curitiba, Jairo Aparecido Ferreira Filho (PMB), que compõe a chapa da jornalista Cristina Graeml (PMB), é acusado por três pessoas de estelionato, apropriação indevida de dinheiro e de compor um esquema de pirâmide financeira ultrapassando R$ 1 milhão. Jairo não é condenado em nenhuma das ações.

Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News Paraná, Cristina afirmou ter uma relação de muito diálogo com Jair e reforçou que seu vice não tem nenhuma condenação. “A gente conversa bastante. Eu acho que ele tem explicações importantes para dar a vocês quando for perguntado sobre isso”, disse a jornalista.

Ainda na entrevista, a candidata a prefeita chegou a questionar o próprio vice se haveria alguma condenação. Como houve a negativa, reforçou que defende o direito à ampla defesa.

“Não há nenhuma condenação sobre Jairo Ferreira Filho. Eu tenho plena segurança. Processar é fácil, tem tanta gente processando outros aí por nada. Vamos até o fim da linha. A gente não defende o devido processo legal, o julgamento nas instâncias corretas? Eu defendo. Eu defendo inclusive os dois mil presos condenados injustamente, que eu chamo de presos políticos, porque foram julgados no tribunal errado sem provas e sem direito a defesa”, completou.

Jairo diz que não cometeu os crimes apontados nas denúncias

Procurado, o candidato a vice-prefeito de Curitiba, Jairo Aparecido Ferreira Filho, enviou nota sobre as denúncias por WhatsApp.

Para o candidato, há uma movimentação política e eleitoreira que quer desestabilizar a candidatura do PMB, principalmente após crescimentos exponenciais nas pesquisas e que apontam Graeml e ele superando outras figuras históricas da política paranaense.

“Essas denúncias claramente têm motivação eleitoreira, pois estamos crescendo nas pesquisas e o sistema político está desesperado. Estão utilizando táticas sujas de difamação para nos enfraquecer, o que já é bastante conhecido da população, mas confio que a verdade prevalecerá. Reafirmo meu compromisso com a integridade e com uma campanha limpa e que está sendo conduzida com muito pouco recursos financeiros, inclusive”, diz.

Entenda as denúncias

A coluna teve acesso à íntegra de três processos contra Jairo Ferreira Filho. Duas dessas ações ainda tramitam na Justiça e uma terceira foi arquivada. 

A primeira denúncia, realizada em 25 de setembro de 2023, é um processo movido por uma moradora de Brasília (DF), que acusa Jairo, que é advogado, de dar um golpe financeiro no valor de R$ 185 mil.

A mulher firmou um contrato com Jairo no dia 21 de dezembro de 2021 por meio da empresa Leilão Money, que tem sede em Curitiba. A promessa era de um juros remuneratório de 2% ao mês até 14 de dezembro de 2022. Mas, segundo a denúncia, desde maio de 2022 os valores deixaram de ser pagos e, mesmo após a data limite, não houve a devolução do dinheiro aplicado.

No primeiro processo há cláusulas do contrato que teria sido assinado entre Jairo e a vítima (Foto: Arquivo Jurídico)
No primeiro processo há cláusulas do contrato que teria sido assinado entre Jairo e a vítima (Foto: Arquivo Jurídico)

A denúncia aponta ainda que Jairo Filho faria parte de uma pirâmide financeira porque oferecia de 70% a 100% de rentabilidade, valor muito acima do praticado pelo mercado formal. A acusação diz ainda que Jairo captou recursos mediante promessas de elevado retorno e que se apresenta na internet como “guru dos leilões”, inclusive afirmando ser milionário e capaz de ensinar pessoas a também enriquecerem. Com base nas acusações e na tentativa de reaver o dinheiro corrigido, além do dano moral, a brasiliense cobrou R$ 219.600.

O sistema on-line de Justiça aponta que este processo foi arquivado após tramitar por 246 dias, em 25 de maio de 2024, mas não detalha se houve o pagamento ou não da dívida.

Servidor público acusa Jairo de estelionato

A segunda acusação é datada de 23 de julho de 2024. A denúncia, realizada por um servidor público de Curitiba, cobra um valor de R$ 95.937,30 por um distrato comercial referente a uma empresa chamada Clubens.

Jairo teria feito uma sociedade em 2019 com este servidor para que ambos investissem na empresa do ramo de benefícios e vantagens. Para que a parceria fosse firmada, o homem realizou três depósitos nos valores de R$ 24 mil, R$ 20 mil e R$ 45 mil, que somaram R$ 89 mil.

Documentos foram inseridos nos processos como prova das acusações contra Jaior (Foto: Arquivo Jurídico)
Documentos foram inseridos nos processos como prova das acusações contra Jairo (Foto: Arquivo Jurídico)

Seis meses depois, o funcionário público não recebeu nenhum valor prometido e também não teve mais acesso ao próprio dinheiro investido. Como não recebia nenhuma quantia, o homem convocou uma reunião com Jairo no dia 15 de julho de 2019 e ficou acordado que o hoje candidato a vice-prefeito pagaria R$ 75 mil em 12 meses.

Na tentativa de diminuir a dívida, o servidor ofereceu que Jairo pagasse o aluguel de uma sala comercial no valor de R$ 1.200 por 12 meses. O advogado concordou com o pedido.

Mas, mesmo concordando com a proposta, Jairo teria pago apenas seis parcelas dos R$ 1.200 e ficou devendo R$ 67.800.

Conversas de WhatsApp também foram protocoladas nos processos contra Jairo (Foto: Arquivo Jurídico)

Com base na mora contratual, os advogados do homem acusam Jairo de dever os R$ 95 mil, que seriam a soma do débito, mais multa, juros e correção monetária.

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O processo tramita há 59 dias e a última movimentação foi a juntada de um comprovante de citação expedida contra Jairo no dia 19 de setembro.

Idosa afirma que perdeu R$ 400 mil

A terceira denúncia, feita em 29 de agosto de 2024, se refere a uma idosa aposentada que acusa Jairo de estelionato e apropriação indébita.

Na denúncia, a idosa afirma que conheceu Jairo por um terceiro e que o candidato afirmou que poderia oferecer juros de 2,5% ao mês em alguns investimentos. A mulher então repassou R$ 400 mil e recebeu os juros combinados nos primeiros quatro meses. Porém, relata que há dois anos não tem acesso mais ao próprio dinheiro.

Documentos que comprovariam as acusações contra Jairo são apresentados nas três ações judiciais (Foto: Arquivo Jurídico)
A terceira vítima também apresentou documentos que comprovariam as acusações (Foto: Arquivo Jurídico)

Em contato com Jairo, foi-lhe oferecido um documento de confissão de dívida, um cheque e uma escritura de terreno, além de promissórias que provariam a operação.

Nas conversas seguintes, Jairo teria buscado acalmar a vítima e afirmado que a situação se resolveria, mas, aos poucos, foi ignorando os contatos até que a idosa não conseguisse mais falar com ele.

O processo tramita há 22 dias e a última movimentação foi a confirmação de uma intimação on-line contra Jairo nesta sexta-feira (20).

Leia a íntegra da resposta de Jairo Ferreira Filho

Essa acusação de fraude é completamente falsa e sem qualquer fundamento. Fraude é um crime sério e jamais me envolvi em algo dessa natureza.

Quanto aos nomes mencionados:

A primeira pessoa, não a conheço e nunca tive qualquer relação com essa pessoa;

A segunda pessoa é, na verdade, um apoiador da nossa campanha e essa acusação parece ainda mais absurda considerando esse fato;

A terceira pessoa tem uma relação negocial comigo, que está sendo tratada de maneira totalmente transparente e profissional.

Essas denúncias claramente têm motivação eleitoreira, pois estamos crescendo nas pesquisas e o sistema político está desesperado. Estão utilizando táticas sujas de difamação para nos enfraquecer, o que já é bastante conhecido da população, mas confio que a verdade prevalecerá. Reafirmo meu compromisso com a integridade e com uma campanha limpa e que está sendo conduzida com muito pouco recursos financeiros, inclusive.

De qualquer forma, me coloco à disposição para qualquer esclarecimento adicional, pois não tenho absolutamente nada a esconder“.

*Os nomes dos denunciantes foram borrados nos documentos e retirados da nota de Jairo Aparecido Ferreira Filho em respeito a Lei Geral de Proteção de Dados (Lei nº13.709/2018).

fonte https://ric.com.br/rn24h/politica/acusacoes-fraude-vice-graeml/

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