Uma das conclusões do inquérito policial da quinta fase da Operação
Publicano é de que o auditor fiscal Luiz Antônio de Souza, principal
delator, teria praticado extorsão mesmo depois de preso. Além de Souza,
outras 26 pessoas foram indiciadas nessa fase das investigações, que apurou
supostas irregularidades envolvendo empresas do setor de comércio e abate
de suínos. De acordo com o advogado Eduardo Duarte Ferreira, que defende o
delator, o dinheiro que Souza recebeu do empresário Aparecido Domingo dos
Santos, de Quatiguá, tinha origem num empréstimo feito pelo auditor fiscal.
Segundo Ferreira, o delator praticaria agiotagem. Santos também foi preso e
indiciado nessa fase da Operação Publicano. As colunas são da coluna Baixo
Clero de Fábio Silveira.
O inquérito foi concluído no último sábado, com 27 indiciados, dentre os
quais 7 auditores fiscais, 6 empresários 2 advogados, um contador e outras
11 pessoas. Entre os advogados indiciados está Eduardo Duarte Ferreira, que
defende Souza. O Gaeco não divulgou a lista de indiciados e nem maiores
detalhes sobre as situações investigadas.
De acordo com o delegado do Gaeco, Alan Flore, três grupos distintos teriam
cometido irregularidades. Um grupo de empresários que teriam formado uma
“organização criminosa” para simular transações que geraram créditos de
Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), facilitando a
sonegação. O segundo grupo seria formado por auditores fiscais, que teriam
cobrado propina para permitir a sonegação – segundo o Gaeco, a propina
seria de R$ 100 mil mensais. Os dois primeiros grupos teriam atuado antes
da deflagração da primeira fase da Operação Publicano, em março do ano
passado.
De acordo com Flore, o terceiro grupo se organizou em torno de Souza,
envolvendo “familiares e pessoas próximas”. Esse grupo teria atuado depois
da prisão do delator. Flore afirmou que “se os empresários não se
sujeitassem aos pagamentos, seriam apontados durante os depoimentos” feitos
em decorrência do acordo de delação premiada firmado por Souza. Ainda de
acordo com o Gaeco, o empresário Aparecido Domingo dos Santos teria
entregado nove caminhões a Souza como pagamento de propina. Rosângela
Semprebom e outros investigados teriam feito as cobranças.
O advogado do delator afirmou que tanto a agiotagem quanto o recebimento do
dinheiro foi informado ao Gaeco.
(foto: Folha de Londrina)
*link coluna*
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