“PÉ-DE-MEIA” É A TROCA DE DINHEIRO POR VOTO LEGALIZADO?

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Ao ler nessa semana o artigo do renomado colunista Percival Puggina, temos que concordar que o PT sabe muito bem usar o dinheiro público em benefício próprio para facilitar a conquista de votos dos eleitores em cada mandato. Com a farta propaganda utilizada, que talvez tenha gasto em propaganda o valor bem maior do que o próprio programa, assistimos em pleno horário nobre a veiculação da malandragem, que beneficia pessoas que talvez não tenham a cultura necessária para entender o que está ocorrendo por trás desta articulação do tal PÉ-DE MEIA.  Cita o colunista que existem venenos que funcionam como remédios e remédios que são verdadeiros venenos, liberando toxinas e causando danos ao organismo.
 
Fenômeno semelhante acontece em certas receitas aplicadas a enfermidades sociais por mãos imperitas. Acabam produzindo efeito oposto ao pretendido. O programa Pé-de-Meia foi criado pelo governo federal com o intuito de reduzir a evasão escolar. No entanto, nem Paulo Freire pensaria em algo tão pouco razoável quanto remunerar estudantes pela frequência às aulas! Esses R$ 12 bilhões/ano em recursos da sociedade seriam muito mais bem aplicados se investidos em uma verdadeira reforma do ensino, em qualificação dos professores e, principalmente, em conscientização dos estudantes sobre os benefícios que colherão de sua dedicação ao estudo e às tarefas escolares.  
Com a atual posição dos nossos estudantes no ranking internacional do PISA (Matemática: 65º lugar, Leitura: 52º lugar, Ciências: 62º), o futuro é desalentador. Perguntou-me um jovem, hoje: “Por que a Educação que meu avô recebeu foi tão superior à minha?”. Realmente, a Educação se universalizou e a qualidade se diluiu, por vários motivos. Acredito que o principal tenha sido a propagação de conceitos pedagógicos freirianos, muito úteis a um projeto político esquerdista cujas consequências sempre foram e continuam sendo funestas. Por que seria diferente com uma Educação que viabilizou a ascensão dessas ideias ao poder, se é ali que “estão as mentes e os corações”, como bem observou José Dirceu?  
 
Não surpreende, portanto, o paradoxo pelo qual a pedagogia dominante no país visa à “conscientização” de supostos oprimidos e opressores, mas não conscientiza princípios e valores, não desenvolve no estudante a percepção de que ele tem uma vida por viver e de que a qualidade de seu futuro dependerá das competências que sua dedicação ao estudo produzir. A falta dessa compreensão gera ambientes escolares desinteressados e indisciplinados, avessos ao processo de aprendizagem.
 
A Constituição Federal diz, em seu artigo 205, que “A Educação é um direito de todos, dever do Estado e das famílias”, mas é um preceito escasso. Ele transmite ao estudante a ideia de que “os outros” – Estado, sociedade, professores, pais – têm o dever de o educar e não diz que, em contrapartida, todos têm a obrigação de levar a sério seus estudos. Em outras palavras, como lembra Stephen Kanitz, todos têm o dever de “se educar”. O desperdício das oportunidades que a escola deve proporcionar acumula um preço altíssimo ao longo da vida.
 
Uma avó me transmitiu um retrato desse “Pé de meia” furado que Lula inventou como mais uma forma de trocar dinheiro por voto. Disse-lhe o neto adolescente: “Vó, como para mim não veio dinheiro algum, então posso faltar às aulas”. É óbvio: se o governo remunera milhões de alunos que vão à aula, quem não recebe pagamento passa a se considerar um estudante explorado, constrangido a ir “de graça” para as chatices da escola!
A BURRICE TAMBÉM É UM DIREITO DE TODOS E PARECE SER, CADA VEZ MAIS, UM DEVER DO ESTADO.

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