PEDAGIO : HERANÇA DE REQUIÃO E LERNER É UMA CONTA QUE NÃO FECHA

ibqp

Depois de quase 21 anos, os contratos de concessão do pedágio no Paraná continuam com a mesma ladainha.
A suspeita de corrupção.
Por falta de uma total transparência que chegou agora ao limite de uma intervenção da Policia Federal em assunto que aparente gerava apenas discussões sobre aditivos e mais aditivos que fizeram um dos assuntos mais complexos da administração estadual virar enrolação de uns e outros, e que certamente ainda vai continuar por muito tempo, o pedágio continua alimentando dia a dia as manchetes da oposição e da situação com o governo paranaense.
Beto Richa, por ser o atual governador, ficou com o peso desta ação policial que vem de longe mas que somente explodiu nestes últimos tempos quando uma coisa puxando outra, isto é, a Lava Jato revelando ao país ninhos de corrupção, desembarcou no Paraná para atender denúncias que haviam sido recebidas pela citada Operação, as quais passam agora a ter o nó sendo desatado.
E sem qualquer necessidade para se apelar a Nossa Senhora Desatadora dos Nós, aquém tantos recorrem, pedindo ajuda em suas causas.
A grande verdade é que para chegar até o ponto principal de tantas divergências que suscitaram suspeitas de atos de corrupção, precisamos voltar no tempo.
Tempos necessidade de relembrar o negócio que Jaime Lerner deixou como herança aos paranaenses, por conta de contratos assinados com concessionárias que venceram licitação para ficarem responsáveis pelos diversos lotes de pedágio, hoje conhecidos pela formação de um Anel de Integração.
Uma herança, portanto, que vem desde o dia 14 de Nocvembro de 1997, quando os citados contratos foram assinados com o governo Jaime Lerner.
Tendo gerado mais de 150 ações judiciais ao longo destes vinte anos, os contratos do governo com as concessionárias chegaram até o governo Beto Richa com discussões que foram verdadeira ladainha de queixas e reclamações, culminando com a desistência das últimas 40 ações do governo com a concessionárias.
Permanecem, contudo, outras ações, como do Forum Nacional Contra o Pedágio, e que ganharam agora um novo combustível no instante em que a Operação Lava Jato colocou o dedo nesta ferida.
A esta altura aditivos já motivavam ladainhas que passaram a ter um novo ingrediente quando Roberto Requião se elegeu governador e prometeu que, com ele, “ O Pedágio Abaixa ou Acaba”.
Fechou o diálogo com as concessionárias a partir de 2003, dali para a frente, insistiu não apenas através dos discursos mas espalhando outdoors pelo Estado insistiu neste mote de campanha que o fazia parecer disposto, de fato,a abaixar ou acabar com o pedágio.
Foi o tempo em que manifestações nas praças de pedágio, ganhavam manchetes pelos diversos cantos do Paraná.

Requião batia firme contra o pedágio embora por debaixo dos panos tivesse atitude que levantou suspeitas quando em 29/07/2004, assinou aditivo que deixou em dúvida seus próprios companheiros, já que beneficiava concessionária de pedágio.
Este relacionamento com concessionária, gerou inclusive a revelação através de um diretor da Viapar, que Requião não era o maior algoz das concessionárias, conforme ficou claro em entrevista ao Diário de Maringá, no dia 22 de Maio de 2010, conforme o texto a seguir :
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“ O DIÁRIO – E a gente pensa que o grande inimigo do pedágio foi o Requuão…
MARCELO STACHOW MACHADO – Não, não foi o Requião, foi o Lerner. Analisando pela ótica econômica, e a gente não pode separar isso do negócio, o Requião trouxe benefícios para o negócio. Ele não prejudicou tanto as concessionárias e sim a população e o Estado. O dinheiro que deveríamos investir nas obras e não pudemos faze-lo porque o governador não autorizava está guardado, pronto para ser usado.”
Depois de Jaime Lerner, que assinou os contratos que hoje são alvo de discussões, não podemos esquecer aditivos e mais aditivos que se somaram, sempre beneficiando as concessionárias.
Para completar, ao mesmo tempo em que disfarçava com o discurso do Abaixa ou Acaba, Requião ia facilitando as coisas para as concessionárias, sem esquecer os amigos, como Rocha Loures, o pai do Rodriguinho, ( homem da mochila do Temer), e o IBQP- Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade
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Neste caso, um senhor negócio foi feito por Requião beneficiando as rodovias pedagiadas, assunto que hoje está pendurado em um processo judicial da ordem de R$ 40 milhões de reais dados aos cofres públicos conforme ação do Forum Nacional Contra o Pedágio.
São fatos que não deixam a menor dúvida quanto a herança repassada ao governo paranaense, e que agora explodem em cima do governo Beto Richa como se esse estivesse com as digitais nestas últimas revelações, para as quais o próprio governador determinou severas punições.
Como Requião nunca foi desses de assumir responsabilidades, usava sempre do estilo grosseiro para disfarçar situações em que era acuado a respeito do pedágio.
Lembram daquele episódio em Cascavel, com o Valdomiro Cantini?
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Nessa ocasião, indagado a respeito de seu comportamento com relação ao pedágio, irritou-se de tal maneira que xingou o locutor Valdomiro Cantini e seu amigo do peito, Marcos Formigheri, como se eles fossem os suspeitos ao tentar saber do impoluto governador.
Depois dessa, encontrou dificuldades, também, para se explicar em campanha política quanto ao seu companheiro de campanha, Marcelo Almeida, por sinal um dos donos de concessionária e cujo nome fez o público lembrar do pedágio e causar-lhe danos numa candidatura à Brasilia.
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Requião que em todas as histórias que envolvem o pedágio e as concessionárias tem mais a explicar do que qualquer outro, chega ao cumulo nos dias atuais de ver seu ex-lider de governo, Luiz Claudio Romanelli, conhecido como Fura-Catraca, por defender naqueles tempos o dito governador, publicar artigo condenando-o com veemência por causa do pedágio, deveria olhar seu passado antes de tentar criticar o presente e de olho no futuro.
Tanto Requião, quanto Jaime Lerner, tem muito mais a explicar que o atual governador BetonRicha, e a história prova que somente um povo sem memória pode engolir certas baboseiras como aquelas que seu filho, deputado estadual, busca jogar na AssembléiaLegisativa.
Que existem culpados na atualidade não resta a menor dúvida e a Operação Lava Jato está ai para provar, mas tentar tapar o sol com a peneira em relação ao seu suspeito passado, não dá prá aceitar calado.
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