Com a divulgação da mais recente pesquisa Genial/Quaest em junho de 2025, o cenário para as eleições presidenciais de 2026 começa a ganhar contornos mais nítidos — e, ao mesmo tempo, mais complexos. Uma figura política que vem ganhando destaque nacional e consolidando sua presença entre os presidenciáveis é o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD). Seus números nas simulações de segundo turno contra o presidente Lula da Silva não só surpreendem, como também o posicionam como um dos principais players de um campo conservador fragmentado, mas em busca de renovação.
Segundo o levantamento, Ratinho Jr. aparece com 38% das intenções de voto em um eventual segundo turno contra Lula, que registra 40%. Trata-se de um empate técnico, dentro da margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos percentuais. Para um nome que até pouco tempo não era cogitado nas rodas nacionais como presidenciável, o avanço é significativo. Ratinho aparece praticamente empatado com nomes muito mais testados nacionalmente, como Tarcísio de Freitas (Republicanos), Michelle Bolsonaro (PL) e Eduardo Leite (PSDB), todos orbitando na mesma faixa de intenções de voto.
IMPOPULARIDADE DE LULA
Este crescimento de Ratinho Jr. deve ser interpretado dentro de um conjunto de fatores. O primeiro é o colapso do favoritismo absoluto de Lula. Em 2023 e início de 2024, Lula vencia com folga em todas as simulações. No entanto, sua rejeição cresceu e sua avaliação positiva caiu — apenas 26% avaliam positivamente o governo, contra 43% que avaliam negativamente. A crescente impopularidade de Lula alimenta a competitividade da oposição, abrindo espaço para novos nomes como o do governador paranaense. O rombo do INSS e o reajuste do IOF irão causar mais desgaste ao governo e está situação tende a piorar a imagem do governo.
Outro elemento importante é a crise de sucessão na direita. Jair Bolsonaro, ainda inelegível até 2030, afirma que tentará ser candidato, mas 65% dos brasileiros entendem que ele deveria abrir espaço para outra liderança. Neste vácuo, Ratinho Jr. desponta como alternativa “menos polarizadora”, associada ao campo conservador, mas sem as marcas negativas do bolsonarismo mais radical. Em termos de rejeição, também se sai melhor que os demais: enquanto Lula e Bolsonaro ultrapassam os 57% de rejeição, Ratinho ainda se mantém em níveis baixos, o que amplia sua margem de crescimento.
NOME DA DIREITA
A Quaest ainda mostra que 11% dos eleitores apontam Ratinho como o nome ideal da direita para 2026 caso Bolsonaro não seja candidato. Está atrás de Tarcísio (17%) e Michelle (16%), mas à frente de figuras como Romeu Zema (Novo) e Ronaldo Caiado (União Brasil). O fato de já estar nesse patamar indica que ele está na mesa das negociações. Independentemente do desfecho, é inegável que Ratinho Junior deixou de ser uma figura estadual para se tornar um nome nacional em ascensão. A eleição de 2026 ainda está longe, mas o xadrez já está armado na análise do oinquiridor.com.br.