PF apura reforma de sítio por empreiteira

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A Polícia Federal investiga as obras em um sítio em Atibaia, interior de
São Paulo, frequentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e
família. As suspeitas são que a empreiteira OAS – uma das líderes do cartel
que fatiava obras na Petrobras – tenha realizado a reforma, em 2011, como
compensação por contratos no governo. A Operação Lava Jato identificou um
dos responsáveis técnicos pelo estudo que antecedeu o projeto de reforma do
Sítio Santa Bárbara, no bairro Portão, zona rural de Atibaia, o técnico de
agrimensura Claudio Benatti. Os investigadores também identificaram o
contratante dos serviços técnicos, o empresário Jonas Leite Suassuna Filho
– que é dono oficial do sítio, desde outubro de 2010. Dono do Grupo Gol de
editoras, Suassuna foi sócio de um dos filhos do ex-presidente e também
proprietário do imóvel onde ele mora, em São Paulo. As informações são de
Ricardo Brandt, Andreza Matais e Fabio Frabrini na Agência Estado

Na terça-feira, o delegado Cesar de Freitas Xavier, da equipe da Lava Jato,
em Curitiba, determinou que Benatti, que é de Monte Alegre do Sul (SP),
seja ouvido por carta precatória. O nome do técnico foi apresentado aos
investigadores da PF pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia
(Crea) de São Paulo, no início do mês, após o órgão ser intimado a prestar
esclarecimentos sobre registros de obras realizadas na propriedade.

Benatti foi responsável pelo levantamento planialtimétrico da área onde foi
executada a reforma. O Crea informou à PF, em ofício no dia 4 de janeiro,
que além de Benatti, assina a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) o
empresário Jonas Suassuna, como contratante dos serviços de Benatti.

O Crea encaminhou à PF cópia da ART em nome de Benatti, tendo como
contratante o empresário ligado à família de Lula. Pelo documento, o
contrato é de 18 de dezembro de 2010, com início de vigência dos serviços
em 20 de janeiro de 2011.

No despacho, o delegado Cesar Xavier intimou que o Crea forneça mais dados
sobre ARTs emitidas pelo órgão, tendo como contratante o empresário Jonas
Suassuna. E solicitou ainda ao Cartório de Registro de Imóveis de Atibaia a
matrícula do “Sítio Santa Bárbara” ou “Sítio Santa Denise” que teria
pertencido a Adalton e Neusa Santarelli.

No pedido de informações ao Crea apresentado pela Lava Jato no final de
2015, o delegado Eduardo Mauat da Silva solicitou dados sobre o “Sítio
Santa Denise”, em Atibaia, em nome da família Santarelli. Na resposta do
Crea, o órgão informou não ter registros da ART em tais nomes.

O sítio Santa Bárbara pertencia à família Santarelli e está registrado
atualmente em nome de Jonas Suassuna. Em abril do ano passado, a Revista
Veja publicou reportagem em que apontou que a reforma do sítio foi
executada pela OAS, em 2011, a pedido do ex-presidente Lula – que costuma
frequentar o imóvel rural para pescar. O responsável pelo serviço teria
sido o ex-presidente da empreiteira José Aldemário Pinheiro Filho, o Léo
Pinheiro – preso pela Lava Jato em novembro de 2014 e depois solto em abril
de 2015.

(foto: internet)

*link matéria*
http://www.folhaweb.com.br/?id_folha=2-1–1001-20160114&tit=pf+apura+reforma+de+sitio+por+empreiteira

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