A Polícia Federal faz buscas na manhã desta quinta-feira, 13, no escritório
de advocacia Guilherme Gonçalves & Sacha Reck que teria recebido R$ 4,64
milhões entre setembro de 2010 e janeiro de 2013 da Consist Software, R$
1,2 milhão entre fevereiro de 2013 e janeiro de 2014 da SWR Informática, e
R$ 423,2 mil entre janeiro de 2012 e abril de 2012 da Consist Business, em
todos os casos, a título de ‘honorários advocatícios’. As informações são
do Estadão.
Segundo a PF, a banca ‘é ligada ao PT, presta serviços ao PT’. O escritório
teria ‘relações próximas’ com a senadora Gleisi Hoffmann (PT/PR) e com o
ex-ministro Paulo Bernardo (Comunicações/Governo Dilma Rousseff) e atuou na
campanha de Gleisi. O novo esquema gira em torno de empréstimos consignados
no Ministério do Planejamento, a partir do acesso de dados relativos a mais
de 2 milhões de servidores públicos federais. A organização comandada pelo
operador de propinas Alexandre Romano, preso nesta quinta, 13, ‘auferia
remuneração decorrente desses serviços’
A PF informou que são quatro os escritórios de advocacia alvo da Pixuleco
II, a 18.ª fase da Lava Jato, dois deles situado em Curitiba, supostamente
envolvidos no novo esquema descoberto pelas investigações – fraudes com
valores de empréstimos consignados no âmbito do Ministério do Planejamento,
do qual Paulo Bernardo foi titular entre março de 2005 e janeiro de 2011
(governo Lula).
A PF não atribui a Gleisi e a Paulo Bernardo envolvimento na Pixuleco II.
Gleisi é alvo de investigação da Lava Jato na Procuradoria-Geral da
República porque, segundo delatores, teria recebido R$ 1 milhão na campanha
de 2010. O esquema descoberto pela Pixuleco II teria sido montado em 2010 e
predominou até julho de 2015, segundo rastreamento de pagamentos de
propinas inclusive para a viúva do ex-secretário de Recursos Humanos do
Ministério do Planejamento.
O esquema beneficiava o ex-secretário de Recursos Humanos do Planejamento,
na gestão de Paulo Bernardo, Duvanier Paiva Ferreira, morto em 2013. O
escritório ‘ligado ao PT’ atua na área administrativa, bancária e
financeira, consumidor e contratos comerciais, além de empresarial penal,
fusões societário e telecomunicações.
Segundo a PF, recentemente houve desmembramento da sociedade de advogados,
mas os escritórios desmembrados continuaram a funcionar no mesmo prédio. Um
dos desmembrados, o escritório de advocacia Gonçalves, Razuk, Lemos &
Gabardo Advogados ainda teria recebido R$ 957,2 mil entre maio de 2014 a
março de 2015 da Consist Business Software a título de ‘honorários
advocatícios’.
Sobre os pagamentos efetuados aos escritórios de advocacia, a PF afirma
que, ‘em pesquisa em fontes abertas, não logrou encontrar causas das
empresas’ que os contrataram. O escritório Guilherme Gonçalves não retornou
contato da reportagem.
blog do Fábio Campana*
Fedeu// Busca e apreensão da Lava Jato agora no escritório de Guilherme
Gonçalves, o advogado de estimação de Paulo Bernardo, Gleisi Hoffmann e
todo o PT nativo. Foguetório, bumbos e trombones do Centro Cívico até a
Rede Massa.