A Polícia Federal pediu mais tempo para realizar o trabalho de investigação no inquérito que investiga os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff por obstrução de justiça. Os dois são suspeitos de terem tentado atrapalhar as apurações da Operação Lava-Jato. Não há decisão ainda sobre o pedido de prorrogação. As informações são de André de Souza n’O Globo.
O inquérito foi aberto em agosto de 2016 pelo ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Lava-Jato no STF, após pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Também são investigados os ex-ministros petistas Aloizio Mercadante e José Eduardo Cardozo, os ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Francisco Falcão e Ribeiro Dantas, e o ex-senador Delcídio Amaral.
Em junho, Teori tinha enviado ofício para Janot questionando se ele pretendia rever o pedido de investigação. Isso porque o ministro tinha determinado a anulação da validade de provas que poderiam incriminar Lula e Dilma. Em julho, o procurador-geral respondeu, dizendo que mantinha o pedido de abertura de inquérito.
Foram anuladas gravações realizadas depois do período autorizado pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduz a Lava-Jato na primeira instância. É o caso do diálogo em que Dilma diz a Lula que estaria enviando por um emissário o termo de posse do petista como ministro da Casa Civil. As escutas estavam autorizadas até a manhã do dia 16 de março do ano passado, mas a conversa entre Dilma e Lula foi gravada à tarde. Esse áudio não pode mais ser usado como prova.