PF realiza busca e apreensão na sede da Sanches Tripoloni, empreiteira ligada a Gleisi e PB

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A Polícia Federal cumpriu nesta terça-feira, 10, um mandado de busca e
apreensão no escritório da empreiteira Sanches Tripoloni, em Maringá. A
partir da autorização da Justiça Federal do Mato Grosso do Sul, os
policiais federais procuraram documentos referentes a execução de obras
viárias, principalmente a BR-359, que apresentaria indícios de
irregularidades. Com informações d’O Diário de Maringá.

“Pedimos a busca e a apreensão de documentos porque a empresa está sob
suspeita. Há indícios, mas ainda não temos condições de afirmar se os
indícios correspondem ou não a prática de irregularidades”, afirmou o
delegado regional de combate ao crime organizado da Polícia Federal do Mato
Grosso do Sul, Cléo Mazzotti.

A Sanches Tripoloni é uma das principais financiadora da senadora Gleisi
Hoffmann (PT). Em 2010 e 2014, a construtora e seus três diretores repassaram
R$ 2,4 milhões nas duas campanhas da petista: R$ 510 mil em 2010 e R$ 1,9
milhão em 2014. A empreiteira foi responsável pela construção do Contorno
Norte, em Maringá – obra suspeita de superfaturamento e investigada pelo
TCU – e que custou R$ 412 milhões. Gleisi e seu marido, Paulo Bernardo,
foram acusados ainda de usar o jatinho da empreiteira na campanha de 2010.

O delegado coordenou a Operação “Fazendas de Lama”, considerada a 2ª fase
da Operação “Lama Asfáltica”, deflagrada em julho do ano passado, quando
foi constatada a existência de um grupo responsável pelo desvio de recursos
públicos a partir de superfaturamento de obras contratadas pela
administração pública, corrupção de servidores públicos e fraudes a
licitações.

Mazzotti citou que a empreiteira de Maringá é investigada por conta do
contrato de execução da BR-359. A Sanches Tripoloni assinou o contrato para
a construção de um trecho de 41,6 km da rodovia, em março de 2010, por R$
58,3 milhões. Em nome do governo do Mato Grosso do Sul, quem assinou o
contrato foi o então secretário de Obras, Edson Giroto, preso ontem
juntamente com a esposa, Rachel Portela Giroto.

Giroto, que também chegou a ser preso na primeira fase da Operação “Lama
Asfáltica”, é ex-deputado federal. Ele foi eleito em 2010 pelo PR, partido
que recebeu uma doação de R$ 2,5 milhões para a campanha daquele ano da
Sanches Tripoloni. Em 2015, quando foi deflagrada a primeira fase da “Lama
Asfáltica”, Giroto era assessor especial do Ministério dos Transportes.

Procurado, o advogado da Sanches Tripoloni, Jamil Josepetti, informou
desconhecer o processo. Ele explicou que viajaria até o Mato Grosso do Sul
para ter acesso aos autos e, só então, poderia dar qualquer informação em
nome da empresa. “Preciso tomar vista do processo para saber qual é a
implicação da empresa e, depois, poderemos dar alguma informação”, afirmou
o advogado.

Além da Polícia Federal, a Receita Federal do Brasil e a Controladoria
Geral da União participaram da operação. No total, 15 pessoas tiveram a
prisão temporária decretada. Também foram cumpridos 28 mandados de busca e
apreensão e 24 mandados de sequestro dos bens dos investigados.

Foram cumpridas medidas nas cidades de Campo Grande e Rio Negro, no Mato
Grosso do Sul, em Curitiba e Maringá, no Paraná,e Presidente Prudente e
Tanabi, no estado de São Paulo .

Em Campo Grande, um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido na casa
do ex-governador do Estado, André Puccinelli (PMDB). Também foram
apreendidos documentos na Secretaria de Infraestrutura e na Agência
Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul (Agesul),
agência responsável pelos contratos com o governo federal para a execução
de obras rodoviárias no estado.

Segundo o delegado responsável pelas investigações, há um total de R$ 2
bilhões em contratos sob suspeita. “Não são recursos necessariamente
desviados, porque obras foram feitas. Mas em cima de R$ 195 milhões, que
foram objeto de análise da Controladoria Geral da União, R$ 44 milhões
foram desviados. É um processo longo, porque é preciso fazer a perícia, a
análise documental e contábil e se obra foi realizada com material
correto.” O nome “Fazendas de Lama” é referência a compras de terras com
dinheiro desviado dos contratos. O principal crime investigado é de lavagem
de dinheiro.

(foto:Gleisi no canteira de obras da empreiteira Sanches Tripoloni)

*link matéria*
http://maringa.odiario.com/agribusiness/2016/05/pf-realiza-busca-e-apreensao-na-sede-da-sanches-tripoloni/2150066/
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