O PMDB do Paraná escondeu o deputado João Arruda do encontro com o
vice-presidente Michel Temer na próxima quinta-feira, 28, em Curitiba. As
notas de divulgação do evento estão sendo distribuídas em nome do senador
Roberto Requião e do seu filho, o deputado Requião Filho. O nome de Arruda,
liderança emergente do partido no Paraná, não é sequer mencionado e as
redes sociais ligada aos Requião também omitem o nome do sobrinho preferido
do senador.
Os peemedebistas dissidentes, ligados ao ex-governador Orlando Pessuti,
afirmam que a relação entre os primos, João Arruda e Requião Filho, nunca
foi boa e a cada dia está pior. Arruda colocou na conta do primo o
lançamento do ex-prefeito Rafael Greca para disputar com ele, os votos de
Curitiba e região para a Câmara dos Deputados. Requião Filho teria acordado
o apoio a Greca para prefeito pelo PMDB, mas hoje é o candidato do partido
e restou a Greca buscar sua candidatura no PMN.
A blindagem de Arruda também teria outro motivo. Ele e o deputado Hermes
Parcianello estão na lista dos candidatos que receberam recursos do grupo
Libra, através de Temer, na campanha eleitoral de 2014. A Polícia Federal
suspeita que Temer, que recebeu R$ 1 milhão do grupo, e o presidente da
Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), negociaram doações
eleitorais em troca de emenda na Lei dos Portos que atendeu o Grupo Libra.
Dos R$ 1 milhão repassados para Temer, Arruda recebeu R$ 50 mil e
Parcianello outros R$ 50 mil.
A Operação Lava Jato está investigando o caso e por isso, que apontam os
dissidentes do PMDB, que João Arruda teria sido banido do encontro com
Temer na capital. “Talvez seja para evitar qualquer constrangimento ao
Temer”, disse Carlos Henrique Santos, do grupo de Pessuti.
(foto: assessoria do PMDB)