Professor cria ‘sala de aula’ virtual para driblar greve nas escolas do Paraná

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Um professor resolveu driblar a greve nas escolas estaduais do Paraná criando uma “sala de aula” virtual para alunos de Maringá. Na internet, Carlos Castilho Junior ensina conteúdos para quem está se preparando para o vestibular e para o Enem. Diante dos corredores vazios nas escolas, ele instalou um microfone no computador e passou a transmitir o conteúdo por meio de grupos de estudo criados no Facebook. As aulas são postadas duas vezes por semana. As informações são do G1-PR.

“É como em uma aula comum, vários livros, você prepara, monta e fala para os alunos. Só que aqui eu uso um microfone e aí eles me ouvem lá, como se estivessem em sala de aula”, explica Junior.

A ideia surgiu de um pedido feito pela aluna Thais Camila, de 16 anos, que conta que se sentiu prejudicada sem ir à escola. “Aqui [na internet] você volta quantas vezes você quiser. Escuta, vai, volta de novo o conteúdo. E lá na sala de aula não é bem assim. Só que é claro que a gente preferia estar lá”.

A ideia cresceu e rapidamente superou as expectativas do professor. De 27 alunos, em um primeiro momento, as aulas passaram a ser acompanhadas por mais de 200, em um dia, segundo ele próprio.

“Pensei em um serviço de aulas pela internet, mas nunca imaginei que teria que fazer isso por motivo de greve. Os alunos querem estudar, eu quero dar aula”, reclama. Ele afirma que não pretende voltar à escola enquanto o governo não fizer acordo com a categoria.

Para Junior, continuar ensinando longe do quadro e do giz não é ir contra a greve. “Não considero furar a greve porque estou tomando falta do mesmo jeito, não vou receber pelas aulas do memso jeito e não envolvo o colégio”.

O professor comemora o sucesso da iniciativa, mas garante que não trocaria nada pelas salas de aula. “Os alunos sentiram na pele que o computador não substitui um professor na sala de aula, porque na hora que estou falando aqui não há interação entre eles. Só estou mandando conhecimento. Eles depois postam as perguntas, mas não é a mesma coisa”.

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