fonte :Josias de Souza*///Filiado ao PP, um dos partidos que trocam cargos e verbas por votos no
balcão do impeachment, o deputado gaúcho Jerônimo Goergen insinuou que
Dilma Rousseff compra gato por lebre.
Favorável ao impedimento da presidente, Goergen é um dos 32 filiados do PP
investigados na Lava Jato. Discursou na comissão especial da Câmara na
madrugada deste sábado (9). A certa altura, discorreu sobre o comportamento
que os 46 deputados federais do PP devem exibir no plenário:
“Prometeram 40 votos do PP para o governo. Eles não têm 12 para entregar. E
na hora da votação tenho certeza que a totalidade da bancada virá, porque
basta andar nas ruas e ter sensibilidade…”
Quem negocia com o governo em nome do PP é o presidente da legenda, senador
Ciro Nogueira (PI). Se o deputado Goergen estiver certo, o interlocutor do
Planalto corre o risco de ser desligado da tomada pela sua bancada na
Câmara.(foto: Agência Câmara)
Mais 26 deputados vão abandonar PT
Com a simpatia do ex-ministro Tarso Genro, 26 deputados federais do PT
discutem o desembarque coletivo do partido após as eleições municipais de
outubro. Esses descontentes representam quase a metade da bancada do PT
hoje em exercício na Câmara de Deputados: 57. As informações são de Cátia
Seabra na Folha de S. Paulo.
O movimento inclui nomes como os de dois ex-presidentes da Casa —Arlindo
Chinaglia (SP) e Marco Maia (RS)— e da ex-ministra Maria do Rosário (RS). A
desfiliação começou a ser organizada no segundo semestre de 2015, tendo
como ponto de partida a criação da tendência Muda PT, que somava 35
deputados à época.
Originalmente, esses insatisfeitos se valeriam de uma janela aberta para
que parlamentares deixassem seus partidos sem perda de mandato, mas essa
brecha foi fechada em 31 de março.
A saída não foi explorada por causa do avanço do processo de impeachment de
Dilma Rousseff no Congresso. Com o risco de afastamento da presidente, os
petistas tiveram que concentrar seus esforços na defesa do mandato de
Dilma. Daí a decisão de retomar o debate após a corrida municipal.
Até lá, será possível mensurar os danos sofridos pelo partido e suas
perspectivas para as eleições de 2018.
“Nossa prioridade é defender o governo”, afirma Maria do Rosário.
Segundo articuladores do movimento, o ex-líder do governo Henrique Fontana
(RS) também integra o grupo numa aliança com Tarso Genro.
No Rio Grande do Sul, Tarso organiza a criação de um novo partido, que
poderia servir de porta de saída para petistas desiludidos com a atual
direção da sigla.
Deputados estaduais gaúchos ligados a Fontana já avisaram a seus apoiadores
a decisão de sair do PT depois das eleições. A hipótese foi aventada numa
reunião com Tarso há cerca de 20 dias.
“Alertei nesta conversa que agora nossa tarefa é enfrentar o impeachment. E
que só depois das eleições municipais esse assunto teria pertinência”,
afirma Tarso, sem descartar a possibilidade.
Fontana, no entanto, nega qualquer articulação: “Estou filiado ao PT há 27
anos e desautorizo qualquer especulação em meu nome”.
Petistas ligados ao movimento temem que a explicitação de seus nomes
prejudique a defesa do governo Dilma, num momento tão decisivo. Eles alegam
que a maior fonte de descontentamento está nos caminhos escolhidos pelo
partido desde a explosão do escândalo do mensalão. Os descontentes criticam
práticas adotadas pela tendência CNB, que controla a sigla.
*DISPUTAS LOCAIS*
Além do desgaste na imagem do PT, disputas internas e locais ditam a
decisão de saída. O prefeito de Embu das Artes (SP), Chico Brito, anunciou
na quinta-feira (7) sua desfiliação sob o argumento de que não poderia
apoiar exclusivamente o candidato petista à sua sucessão. Na cidade, foi
acusado de privilegiar um adversário.
Com sua saída, chega a 25 o número de prefeitos que deixaram o PT no Estado
de São Paulo, berço da sigla –um terço dos 72 eleitos em 2012.
O maior desfalque foi em Osasco (SP), onde o prefeito Jorge Lapas trocou o
PT pelo PDT. Ao se desfiliar, Lapas levou com ele todos os partidos então
aliados ao PT e uma fatia significativa da base petista. Ele também compôs
com o DEM. Na saída, culpou o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha,
condenado no mensalão.
“João Paulo lidera um grupo do partido que só me atrapalhou. Sofri o
desgaste do partido nessa crise e nunca tive reconhecimento”, disse.
(foto:FSP)
*link matéria*
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/04/1759527-deputados-do-pt-cogitam-fazer-desfiliacao-coletiva.shtml