PT do RS e SC defendem afastamento e suspensão de Gleisi até esclarecimento da corrupção na Petrobras

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Os problemas enfrentados por Gleisi Hoffmann voltam-se agora ao PT – o partido da senadora. A Folha de S. Paulo revela nesta quinta-feira, 26, que os diretórios petistas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, em carta aberta, defendem o afastamento de filiados indiciados em casos de corrupção. Gleisi responde por inquérito aberto no STF (Supremo Tribunal Federal) acusada de receber R$ 1 milhão de propina desviada da Petrobras para campanha em 2010. As doações para a petista nesta campanha também estão sendo investigadas pela Procuradoria Geral da República que vê indícios que o dinheiro doado por empreiteiras, denunciadas na Lava-Jato, também é fruto de propina.

Em 2010, Gleisi teve ainda a maior parte de sua campanha irrigada em R$ 3,7 milhões doados por empreiteiras. Outros R$ 2,7 milhões foram doados pelos diretórios estadual (R$ 881,3 mil) e nacional (R$ 1,9 milhão) do PT que obtiveram 75% dos seus recursos através de doações de empreiteiras. Fazendo as contas, Gleisi recebeu R$ 5,7 milhões das empreiteiras, o equivalente a 73% dos R$ 7,9 milhões arrecadados pela petista naquele ano. Das empreiteiras investigadas na Lava-Jato, cinco doaram R$ 2,5 milhões para Gleisi: Camargo Correa (R$ 1 milhão), OAS (R$ 780 mil), UTC Engenharia (R$ 250 mil), CR Almeida (R$ 250 mil) e Coesa Engenharia (R$ 220 mil).

A carta dos petistas catarinenses e gaúchos prega aplicar o estatuto da sigla que prevê a suspensão dos direitos partidários de indiciados até que as suspeitas sejam esclarecidas. “A falta de clareza nesse momento histórico está prejudicando o nosso partido”, avaliou o presidente do PT gaúcho, Ary Vanazzi, no jornal paulista.

Na terça-feira, 24, Glesi se defendeu na tribuna do Senado e atacou as investigações levadas pela Lava-Jato, PGR e Ministério Público Federal “Ontem os jornais noticiaram que a Procuradoria Geral da República pretende investigar doações recebidas por 15 políticos. Foram R$ 62 milhões doados por oito empresas em 2010. Mandei levantar no site do TSE, e apuramos que as mesmas oito empresas doaram um total de R$ 228 milhões para uma dezena de candidatos de quase todos os partidos”, disse a petista.

“Então qual é o critério pra se investigar apenas 1/4 dessas doações feitas há quatro anos? Repito, verificadas e aprovadas pela Justiça Eleitoral. Vão investigar por amostragem ou existe uma crença, de que parte das doações se dá por patriotismo, dever cívico, e a outra parte é propina. “Eu vou a uma empresa, solicito ajuda para minha candidatura, recebo, submeto ao TRE, que diz tudo certo com estas doações e quatro anos depois alguém acha que parte das doações foi oriunda de um esquema de propina e a outra parte é do lado honesto das empresas”, questionou a petista. .

Gleisi ataca investigações
da Lava-Jato sobre doações
para campanhas eleitorais

Em pronunciamento no Senado, Gleisi Hoffmann (PT-PR) disse que as investigações sobre as doações de campanhas são eletivas e questionou porque seu nome foi incluído na lista dos 16 políticos que tiveram suas doações na campanha de 2010 investigados pela Procuradoria-Geral da República. A senadora petista também responde por inquérito no STF por receber R$ 1 milhão não declarado na Justiça Eleitoral.

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