Que legado é esse?, pergunta Vitorassi sobre as grandes obras da Itaipu em Foz do Iguaçu

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O pré-candidato a prefeito de Foz do Iguaçu, Dilto Vitorassi (PT), questionou o propalado legado das grandes obras custeadas pela Itaipu Binacional entre entre 2019 e 2022. “Vamos lá, as obras são importantes? É claro que são, mas a maioria delas ainda não foi entregue para uso da população e tem obra não concluída que já precisa ser ampliada porque foi projetada há 30 anos. Esse processo todo tem que ser revisto, não se pode gastar tanto dinheiro público, estendendo a entrega dessas obras por mais dois, três, quatro anos”, disse.

Vitorassi cita como exemplo as obras da segunda ponte no rio Paraná entre Foz do Iguaçu e a cidade paraguaia de Presidente Franco. “Uma nova ligação muito importante para desviar o tráfego de caminhões rumo à Ponte da Amizade. Mas as obras da ponte foram 100% concluídas no meio do ano passado (2023), mas esqueceram das obras complementares dos dois lados da ponte, das aduanas e a ponte só deve ser entregue ao tráfego no final de 2025 ou em 2026”, afirmou.

“Inverteram as prioridades das obras, fizeram primeiro a ponte antes da malha viária. Isso é um absurdo e pode escrever, será necessária a manutenção da ponte daqui até a inauguração e será mais recurso. Hoje, a ponte só serve para o político tirar foto”, completou sobre a obra de R$ 374 milhões.

*Perimetral*
Outra obra marcada pelo atraso na sua execução e já defasada, segundo Vitorassi, é a Perimetral Leste. “Ninguém é contra a perimetral e reitero é por demais importante para Foz do Iguaçu. O problema é que pegaram um projeto de 30 anos atrás e colocaram em execução, ou seja, outra realizada da ocupação urbana da cidade e das atividades econômicas decorrentes disso. A  perimetral nem foi concluída ainda e já se aponta da necessidade de duplicação porque está sendo pavimentação em uma pista”, disse,
“Com uma pista, a via não vai aguentar o tráfego de caminhões que vão cruzar entre o porto seco e o acesso à Argentina. O projeto era tão defasado que esqueceram da ligação entre as regiões leste e oeste, o que foi corrigido em parte com os dois viadutos nas avenidas Felipe Wandscheer e República Argentina. Os dois viadutos mais que dobraram o preço da obra e ainda faltam mais três interseções entre a República Argentina e a BR-277”, completou Vitorassi da perimetral que custava 104 milhões, passou para R$ 137 milhões e hoje está na casa dos R$ 337 milhões devido às chamadas obras complementares.

Para o pré-candidato não é uma questão de reclamar de tudo e ser contra a cidade ou o crescimento dela, mas aponta a falta de planejamento e de consultar os moradores sobre o impacto das ditas grandes obras. “Vamos lá, mais um exemplo: a duplicação da Rodovia das Cataratas que devia ser entregue neste ano, nem 30% estão prontos e vai levar pelo menos mais um. A empreiteira, responsável pela duplicação, ameaçou abandonar a obra se não fosse feito um aditivo que não foi divulgado o valor. E olhe que a duplicação já estava orçada em R$ 129 milhões”. 

*Aeoporto e mercado*
Com o propósito de incentivar o turismo, os recursos da Itaipu bancaram a reforma e revitalização do aeroporto internacional e ampliação da pista do terminal e a duplicação do acesso. “Depois de pronto tudo, entregaram o aeroporto para concessão, a pista não foi homologada pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e a concessionária disse que vai investir mais R$ 20 milhões na pista do aeoporto”, disse Vitorassi. Todas obras no terminal custaram R$ 68 milhões, a maior desses recursos  bancados pela binacional.

Para fechar os exemplos, o petista cita o novo mercado do barrageiro, uma obra dita pronta em 2021, mas que precisou pelo que se sabe o dobro dos R$ 13 milhões estimados e que foram necessárias uma série de reparos e obras complementares exigidas pelo Corpo de Bombeiros. “A Itaipu é muito importante para a cidade e suas ações e projetos devem ser debatidos com os moradores e não apenas com um ou dois segmentos”, reiterou Vitorassi que adiantou. “O povo que ver o Vila A Inteligente nos bairros mais periféricos da cidade”.

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