Que moral a senhora tem, dona Gleisi?

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FONTE; JOSÉ PEDRIALI- Um dos momentos mais deploráveis da deplorável carreira política de Gleisi Hoffmann, que se restringe a defender intransigentemente todos os desmandos e desvios do PT e da companheirada, ocorreu na sessão de julgamento de Dilma Rousseff no Senado. Cabelos amarrados em coque, dedo empinado, nariz em riste, esticando-se na ponta dos sapatos Vuitton e olhar em fúria, ela interpelou os colegas senadores, esbravejando: “Ninguém aqui tem moral para julgar a presidenta!”. (Sua interpelação tirou do sério o sempre sereno Renan Calheiros, que havia descido ao plenário e exigiu que ela se retratasse. Trocaram acusações e Lindbergh Farias precisou ser contido para não agredir Renan.)
Dilma foi cassada no final daquela sessão por crimes de responsabilidade cumulativos de forma estonteante –as pedaladas fiscais eram mera ponta do iceberg. Crimes praticados sob a conivência do PT, que fechou os olhos e ouvidos para eles, apesar da retumbância da condenação unânime das contas de 2014 (e depois 2015) pelo Tribunal de Contas da União.
O transe que Gleisi demonstrou naquela sessão de 30/31 de agosto era o clímax da defesa que ela fez de Dilma ao longo do processo de impeachment. Ela, seus pares Vanessa Grazziotin e Lindbergh Farias (cujo olhar foi interpretado por Ronaldo Caiado como consequência de uso de substâncias alucinógenas) e o advogado José Eduardo Cardozo comportaram-se no julgamento como estão fazendo agora os advogados regiamente pagos por Lula em seu julgamento na Vara Federal de Curitiba: tumultuaram o mais que puderam, ofenderam o mais que puderam, sabotaram o mais que puderam, escamotearam a verdade o mais que puderam.
Em correspondência ao seu alinhamento público com os malfeitos do PT e da companheirada, Gleisi é ré por corrupção e lavagem de dinheiro e surge como beneficiária do dinheiro surrupiado por seu companheiro conjugal Paulo Bernardo, quando ministro do Planejamento, de milhões de servidores federais da ativa e aposentados. E está sendo investigada em caráter sigiloso pelo STF em outro caso cabeludo.
Pois bem. Donatária deste rombudo portfólio, Gleisi se julga no direito de exigir do presidente Michel Temer que “renuncie” por ter recomendado ao ministro renunciado da Cultura, Marcelo Calero, que encaminhasse à Advocacia Geral da União (AGU) o imbróglio imobiliário envolvendo o ministro agora também renunciado Geddel Vieira Lima e o Iphan.
Como Temer não a atendeu (insolente!), dona Gleisi vai se incorporar nessa segunda-feira ao movimento dos órfãos dopoder no Senado e na Câmara e seja lá onde for para formalizar o pedido de impeachment de Temer!
Ora, ora, ora. Seria irônico não fosse grotesco essa cambada, que lutou com unhas e dentes para preservar o mandato do mais ruinoso chefe de Estado de que se tem notícia, e havia caminhões e caminhões de provas sobre isso, se insurgir contra um chefe de Estado que aconselhouo um ministro, em conflito com outro, que recorresse à AGU. Procedimento, aliás, que mais cedo ou mais tarde seria adotado, já que todos os conflitos jurídicos envolvendo a União (e havia divergências entre o Iphan da Bahia e o federal) são de competência da… AGU!
A pergunta, portanto, é inevitável: Que moral a senhora tem, dona Gleisi, para pedir o impeachment de um presidente sobre o qual não recai nenhuma acusação?
A mesma pergunta é também inevitável para os apoiadores dos crimes e criminosos do PT, que agem como na parábola bíblica, vendo um cisco no olho do adversário e ignorando a trave em seus próprios olhos. Como anotou Mateus (7:5): hipócritas!
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