Na última crônica, levada ao ar pela 92 FM – a rádio autônoma de Cascavel no oeste paranaense, não tive escolha: dei uma “patada” e bem dada no bispo Peruzzo, justamente para quebrar-lhe o “corincho”, no tocante à sua arrogância em proibir fiéis de exercer aquilo que de mais legítimo se constitui na base da igreja católica: congregar. Só faltava essa, selecionar quem deve rezar! Pois é, agora não falta mais.
Discorro com naturalidade sobre qualquer tema em relação ao qual sinto necessidade de dar meu palpite. Ao contrário do que sugere o título do bestseller de Dale Carnegie, “Como fazer amigos e influenciar pessoas”, não estou aqui para fazer amigos nem influenciar ninguém. Me desculpem a grosseria, mas realmente não estou nem aí pro bispo. Essa ele mereceu!
Sempre fui envolvido em política, até já fui candidato, mas isso é outra história. Falei do bispo Peruzzo e de política por uma razão muito simples e corriqueira, mas importante para o contexto: antes da instalação oficial do então distrito de Lindoeste, a 37 km ao sul de Cascavel, quem redigiu a primeira ata nas funções de secretário, no final da década de 1980, foi este que vos fala. E na presença de vários moradores do hoje município de Lindoeste, entrei em contato com um dos presentes à época, em especial, o lindoestense Pedro Aguiar, amigo da família, até hoje residindo naquele município, o qual com o auxílio de sua memória elencou-me outros emancipacionistas da referida cidade, como o pioneiro Sr. Pitondo – que foi inclusive vice-prefeito -, o sr. Leopoldo Moraes, e alguns moradores de Cerro Azul. O encontro ocorreu nas instalações do salão paroquial e contou também com as presenças do então deputado estadual por Marechal Cândido Rondon Gernote Kirinus, dos advogados Edi Siliprandi e Osmar Lautenschleiger. Também assinaram a ata de criação da nova unidade federativa os srs. Fredolino Vieira e Antônio Polaco. Apesar do esforço destes emancipacionistas, até o momento não tive mais notícias do registro daquela assembleia. Sim, alguém deu sumiço na documentação, surrupiaram a ata, esfriaram o ato, e pouquíssimo tempo depois o município foi criado pela equipe do então governador Mário Pereira. Fato é que o primeiro documento legítimo do município fora por mim redigido, na função de secretário daquele evento, eis a verdade e para mim é o que basta!
Mas por quais motivos misturar assuntos e sempre envolver Lindoeste, explico: desde que retornei de São Carlos-SP a Cascavel, já formado em direito – a única faculdade da região ou próxima dela que contava com o curso era em Umuarama -, escrevi vários artigos sobre invasões de terra. Os jornais locais me davam uma colher de chá na sessão “opinião”.
A relação de minha família com Lindoeste é incontestável. Somos proprietários de terras, agricultores e pecuaristas. Mas esta região tão promissora assistiu atonitamente invasores de propriedade privada, os famigerados bandoleiros autointitulados “sem-terra”, usurparem, ao arrepio da lei, as fazendas Vitória e Verdum, nos anos 1980 em diante.
Em janeiro de 1984, entre os dias 20 a 22, aconteceu em Cascavel o encontro nacional dos trabalhadores rurais sem-terra, com a sigla MASTRO (Movimento dos agricultores sem-terra do Oeste), que surgiu com as desapropriações de Itaipu. Esses movimentos, que usam de palavras de ordem como estímulo aos seus comparsas, falam em luta resistência mas desrespeitam fragorosamente artigos pétreos da Constituição Federal nas barbas das autoridades constituídas.
De modo, caros leitores, já que muito participei da triste história das invasões criminosas aqui ocorridas, e tenho muito mais prosa a respeito, conclamo os sensatos a olharem as prédicas e os sermões das missas católicas com muito esmero, pois somente com grande visão crítica e análise aprofundada evitaremos sermos apontados como meras e mansas ovelhas no pasto – antes, sem o mínimo receio, uma ovelha negra.
Pois esses padres aprendem no seminário, além do conteúdo para futuros ministros do evangelho, a cartilha de “como invadir propriedade alheia”, ferindo de morte ao menos dois dos sagrados dez mandamentos: “não furtarás” e “não cobiçarás as coisas alheias”.
A exemplo dos municípios gaúchos de Sarandi (minha terra natal) e Ronda Alta (este emancipado por meu progenitor) a região de Cascavel é foco expressivo quando o assunto é MST, esse movimento fora da lei e lamentavelmente apoiado por sacerdotes como esse arcebispo Peruzzo, que proíbe fiéis de rezarem.
José Antônio Peruzzo, um bispo “made in Cascavel”, precisamos sim nominá-lo, pois na mesma igreja tem gente que não convive com essa esquerdalha ativista e infiltrada, embora sejam mínimas e honrosas as exceções.
Xô satanás!
Essa expressão de autoria do cantor soteropolitano Durval Léllis, da banda Asa de Águia, reflete a nossa indignação para com esses padrecos vermelhos.
Em tempo: temos muito que debater sobre esse crime de esbulho no município de Cascavel, e separar o joio do trigo. Uma cidade que sedia o, pela sua riqueza natural, o agronegócio, deve ser respeitada como tal.
*****EDISON DUKA SILIPRANDI//EMPRESÁRIO E ADVOGADO DE CASCAVEL-PR