Embora Renan Calheiros (PMDB-AL) não reconheça abertamente, o projeto sobre o abuso de autoridade perdeu força e há quem já aposte no “enterro” do texto relatado pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR). O projeto não entrar mais na pauta de votações de 2016. O recuo ocorreu após o Supremo Tribunal Federal derrubar na quarta-feira, 7, a liminar que afastava Renan da presidência do Senado. As informações são de Catarina Scortecci na Gazeta do Povo.
Nos bastidores, Renan teria sido convencido por aliados do Planalto a adiar a discussão do projeto, criticado pelo juiz federal Sergio Moro e procuradores da República em Curitiba. Nesta quinta-feira (8), Renan negou qualquer “acordão” para retirar o PL e se manter no cargo. Questionado sobre o assunto por jornalistas, ainda demonstrou irritação: “O que vocês imaginam? Que é possível fazer um acordo com o STF? Isso é um desrespeito a um Poder”. Na sequência, saiu sem responder quando colocaria em votação o PL do abuso de autoridade, junto com os requerimentos que pedem a retirada da urgência da matéria.
Requião também negou que estivesse participando de qualquer “acordão” e voltou a defender seu substitutivo. “Estou sendo assediado pela imprensa, que me pergunta a cada momento: Requião, você fez parte de uma negociação para suspender a análise do PL? Nem eu, nem ninguém. Não me consta que o STF seja objeto de barganha desta natureza”, disse.