Requião enterra o PMDB e ajuda Beto trabalhar sem oposição

charge pagina 24

A derrota do senador Roberto Requião (PMDB), no primeiro turno da eleição para governador, foi um marco na política paranaense. De uma só vez, Requião praticamente acabou com a oposição ao governador Beto Richa (PSDB), insistiu em uma candidatura própria que dizimou a representatividade de seu partido na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal, destruiu o PMDB – um partido que era o mais forte até ano passado no estado – tirou a força da legenda e ainda deu chance para outra força política ocupar o espaço deixado, a eleição histórica do deputado Ratinho Júnior, aliado de Beto Richa, seu principal adversário.

Internamente, preteriu a eleição do filho e do sobrinho, usando descaradamente o espaço de outros candidatos, e verba partidária, o que acabou causando um grande constrangimento entre seus próprios aliados. O PT, que foi parceiro de Requião em duas gestões no governo estadual, também viu sua bancada ser reduzida e não parece contar com apoio do senador para o segundo turno das eleições para presidente.

Requião já deixou claro que quer o comando da campanha no Paraná, sem interferência dos petistas nativos. Na tentativa de insistir de maneira isolado em seu projeto político, que coloca parentes em primeiro lugar, Requião deixou o caminho aberto para que Beto Richa possa governar sem a mínima oposição. No balanço final, Requião foi um inesperado e bem vindo aliado político.

Compartilhe