Ao assumir a liderança do governo Jair Bolsonaro na Câmara Federal, o deputado Ricardo Barros (PP), sabia que estaria recebendo uma missão difícil, pois teria que ser porta-voz do “centrão” para oxigenar as ações do Palácio do Planalto na Congresso Nacional. Mexeria em um vespeiro, como aconteceu e agora tem sua vida vasculhada.
Barros é um dos políticos mais hábeis do país e, acima de tudo, um destemido. Teve a coragem de dizer, em público, que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachim, seria responsável direto pela morte do ex-deputado federal Nelson Meurer, preso por acusações da Lava Jato e morto por Covid-19 sem receber tratamento adequado. Para Barros, Fachim “ é um assassino”, pontuou.
Sempre teve uma atuação firme contra ações que considera fora da curva por parte do Ministério Público Federal e do Supremo Tribunal Federal. Foi o relator da Lei de Abuso de Autoridade, o que contrariou muita gente, não apenas na esfera do sistema judiciário como também no próprio Congresso Nacional.
As tentativas de retaliação às suas ações começaram nesta sexta-feira quando, segundo ele, foi surpreendido com a publicação no portal Antagonista de uma suposta delação premiada feita por executivos da Galvão Engenharia, citando o seu nome como beneficiário de doações eleitorais em troca de favores da empresa.
Barros já solicitou ao procurador-geral da república, Augusto Aras, a investigação administrativa e criminal para identificar e apurar possível abuso de autoridade no vazamento ilegal de supostas delações premiadas. Segundo ele, a suposta delação não corresponde aos fatos e que provará a sua inocência.
Surpreso pela informação, o deputado Ricardo Barros repudia a criminalização das doações oficiais de campanha, o ativismo político do judiciário com vazamentos seletivos, e provará sua inocência. Ricardo Barros requereu ao Supremo Tribunal Federal (STF) acesso à suposta delação para fazer os esclarecimentos devidos. A suposta delação não corresponde aos fatos.
De acordo com o Antagonista, a Copel (estatal de energia do Paraná) teria criado uma comissão para investigar a acusação de que houve pagamento de propina ao deputado Ricardo Barros na aquisição da São Bento Energia.
O site e notícias informou que ex-executivos da Galvão Engenharia disseram, em delação premiada, que recorreram a Barros para convencer a cúpula da estatal a adquirir a participação que o grupo detinha num parque eólico em construção. Barros teria recebido mais de R$ 5 milhões no negócio.
O deputado, que assume a liderança do governo na Câmara na terça-feira, nega as denúncias e disse que provará sua inocência.
Fonte: Paraná Portal