Prefeito já deixou de repassar 80 milhões aos cofres dos trabalhadores.
O prefeito Gustavo Fruet pode ser mais um político enquadrado na lei de
responsabilidade fiscal por causa de uma ‘pedalada’. Sua gestão deixou de
repassar R$ 80 milhões ao Instituto de Previdência Municipal de Curitiba
(IPMC). O último pagamento ocorreu em 31 de julho de 2015. A gestão já deu
calote nos meses de agosto, setembro, outubro e novembro. A descoberta foi
feita através do site da transparência e cobrada durante reunião do
Conselho de Administração, que reúne representantes dos sindicatos, da
Prefeitura de Curitiba e do Instituto. As informações são do Sismuc.
Os municipais têm cobrado nos últimos meses a gestão Gustavo Fruet sobre os
repasses à previdência dos servidores. A contribuição da Prefeitura de
Curitiba é de 22% sobre o salário do trabalhador, que contribui com 11%.
Contudo, em reunião hoje (09) com a presença dos conselheiros da Secretaria
de Finanças e Recursos Humanos, do procurador do município Ítalo Tanaka e
da direção do IPMC, os sindicatos descobriram que a Prefeitura de Curitiba
fez seu último aporte financeiro em 31 de julho. Um pouco depois, em 13 de
agosto, os gestores municipais afirmaram que não tinha débitos com os
trabalhadores. Só que nos três meses seguinte ocorreram os calotes. Este
período coincide com indicativo de greve geral aprovado caso a Prefeitura
encaminhasse à Câmara Municipal projeto de lei que alterasse o modelo de
financiamento do IPMC.
Os sindicatos – Sismuc, Sismmac, Afisc Sindical e Sigmuc – exigem o
imediato repasse dos valores aos cofres do Instituto. Eles lembram que
neste ano, de forma automática, a Prefeitura de Curitiba já havia resgatado
R$ 51 milhões do fundo. “Fruet é muito ligeiro para pegar dinheiro do IPMC,
mas não tem a mesma rapidez para fazer o repasse. Ele sabe que está
empurrando os servidores para uma greve”, avalia Irene Rodrigues,
coordenadora do Sismuc.
A confirmação do calote de R$ 80 milhões ocorreu via Lei de Acesso à
Informação, uma vez que o prefeito não responde a ofício dos sindicatos. Na
reunião, os sindicatos pediram comunicado oficial de que os repasses foram
congelados. Contudo, com maioria no conselho, o governo Fruet conseguiu
barrar a transparência dos dados. O Conselho tem sete membros. Cinco
indicados pelo governo municipal, um representante da Associação dos
Aposentados, que até o começo da gestão Fruet era o atual presidente do
IPMC e ICS e apenas um eleito em assembleia pelos servidores.
“Na votação de hoje, sindicatos e secretaria de Recursos Humanos votaram
pela transparência; já a representação das Finanças e o procurador de
Curitiba, Ítalo Tanaka, foram contra. Como os outros dois indicados de
Fruet (representante da Câmara Municipal e Governo) e da Associação dos
Aposentados faltaram, a decisão final coube ao presidente do conselho
indicado pelo gestor municipal, que negou a informação”, expõe Irene.
Os sindicatos têm seminário sobre o IPMC marcado para este fim de semana
(12). Não está descartada a hipótese de deflagrar greve.
(foto: Maurilio Cheli/SMCS)
*link matéria*
http://sismuc.org.br/noticias/5/institutos/4923/fruet-da-%E2%80%98pedalada%E2%80%99-na-previdencia-de-servidores