Depois dos desembargadores do Órgão Especial do Tribunal de Justiça
do Paraná negarem na segunda-feira (19) por 4 votos a 0, o habeas
corpus para o deputado estadual Ricardo Arruda (PL), através de sua
defesa que tenta de todas as formas anular a investigação do Ministério
Público do Paraná da denúncia dos crimes de lavagem de dinheiro
e concussão, vulgo “rachadinha” e pede também o afastamento do
parlamentar, mais um estranho fato estourou nesta semana. A movimentação
fi nanceira do deputado em torno de R$ 70 milhões em
suas contas de 2008 a 2015 deixou muita gente de cabelo em pé, pois
nada apareceu em suas declarações nas campanhas de 2014, 2018
e 2022. Na campanha de 2014, quando Ricardo Arruda foi eleito pela
primeira vez para o cargo de deputado estadual, ele declarou um patrimônio
de R$ 2.860.634,78. Em 2018, quando foi reeleito, o deputado
declarou bens no valor total de R$ 2.694.047,09, cerca de 3,8% dos R$
70 milhões informados por sua defesa. Em 2022, em sua terceira eleição,
o valor caiu para R$ 1.405.433,78, aproximadamente 2% dos R$ 70 milhões
informados pelo advogado do deputado ao Tribunal de Justiça do
Paraná. A defesa do deputado afi rma que ele recebeu cerca de R$ 70 milhões
de forma lícita, mas o Tribunal irá aprofundar estas investigações.
Lembrando que Arruda chegou a ser alvo de uma operação do Gaeco
em outubro de 2023, no gabinete, em sua casa e de assessores, quando
foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão expedidos
pelo Órgão Especial do TJ.