TRF-4 FAZ JUIZ “APEAR” DA OPERAÇÃO DA LAVA JATO!

APIO

Não demorou muito e os holofotes que fizeram o juiz Eduardo Appio iluminar os seus feitos recentes em Curitiba sobre a Lavajato refletiu negativamente no Conselho do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), em Porto Alegre, que por maioria decidiu tirar na terça-feira (22) o juiz Eduardo Appio, que estava atuando como titular da operação Lava Jato na 13ª Vara Federal. O afastamento foi decidido na sessão do Tribunal e imediatamente comunicado ao Conselho Nacional de Justiça-CNJ, que repassou ao juiz Eduardo Appio, que o mesmo deverá apresentar protocolar uma defesa prévia de no prazo máximo de 15 dias. Appio estava na crista da onda, revendo decisões na República de Curitiba e estava agradando muito a petistas e anti-bolsonaristas, com entrevistas à GloboNews e, também a outros meios de comunicação que estão bem abastecidos pelas verbas federais, criticando veementemente a situação da Lavajato e os prejuízos ocasionados as empresas no Brasil.
Não é novidade para ninguém que a Lavajato foi à maior investigação feita no país para combater à corrupção nos governos petistas com superfaturamentos envolvendo propinas para políticos, estatais e empresas privadas. A reclamação e a desculpa mais esfarrapada para abafar os roubos estratosféricos é que a Lava Jato proporcionou uma queda de faturamento de mais de R$ 500 bilhões pelas empresas investigadas e eliminado mais de 200 mil empregos segundo os levantamentos do sites da linha vermelha.

HOLOFOTES PARA APPIO

Eduardo Appio estava na vaga deixada pelo ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR) em 7 de fevereiro de 2023, quando ficou na vaga de Luiz Antonio Bonat, que somente deixou o cargo após ser promovido para uma 2ª instância.

Appio sempre foi crítico às medidas da Lava Jato, e afirmava que a investigação da força-tarefa não se trata de uma “vingança”, mas de um “acerto de contas com a verdade”.

VINGANÇA ERA A DENÚNCIA DE TACLA AO STF

Em março, como estava à frente dos casos remanescentes da Operação Lava Jato, encaminhou um ofício à Polícia Federal do Paraná com as acusações feitas pelo réu Rodrigo Tacla Duran contra o ex-juiz Sergio Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol, hoje congressistas.No documento, Appio afirmava que o conteúdo estava sendo encaminhado à PF para “instauração urgente de inquérito policial visando a apuração da prática, em tese, de crime de extorsão (alegadamente agentes políticos federais)”. Moro e Deltan rechaçam as acusações.Moro chegou a pedir a suspeição de Appio  e que o caso envolvendo a denúncia de Tacla Duran não fosse remetido ao Supremo Tribunal Federal

O TELEFONEMA PARA MALUCELLI

Segundo os detalhes do site 360, a decisão do tribunal atende a uma representação do desembargador Marcelo Malucelli, que disse que o seu filho, João Eduardo Barreto Malucelli, teria recebido um telefonema, feito com um número bloqueado, com ameaças. O responsável pela chamada se identificou como Fernando Gonçalves Pinheiro, servidor da área da saúde da Justiça Federal.  Segundo o Conselho do TRF-4, há evidências e fortes indícios de que Appio teria feito a ligação a João Eduardo. João Eduardo Barreto Malucelli é ex-sócio de Moro.

COMO FOI A LIGAÇÃO:

*Foi usado o nome de “Fernando Gonçalves Pinheiro” e identificação como servidor da área de saúde da Justiça Federal, “o que posteriormente se verificou não ser verdadeiro, porque não existe servidor com esse nome na Justiça Federal da 4ª Região”;

*Fez menção ao uso do Skype para “economizar valores da Justiça Federal na ligação, quando não há essa política em âmbito institucional”;

*menção a uma consulta nas bases de dados do imposto de renda do desembargador federal [Marcelo Malucelli] e que se dirigiu diretamente ao filho dele [João Eduardo Barreto Malucelli], “fazendo também menção a informações que não eram corretas e se contradiziam (dizendo que o número do celular pertenceria ao desembargador e, depois, ao seu filho)”;

*término abrupto da ligação pelo interlocutor, “sem que houvesse alguma justificativa para que a ligação tivesse sido feita ou fosse daquela forma encerrada”.

INDÍCIOS CONTRA APPIO:
*em um dos expedientes para apurar a ligação, verificou-se que Appio acessou o processo judicial duas vezes em horários próximos ao contato com João Eduardo Malucelli;

*no dia anterior, 12 de abril, o desembargador Marcelo Malucelli havia sido relator de decisão que determinava o provimento de correições parciais contra Appio;

*uma perícia conduzida pela PF (Polícia Federal) com o áudio da ligação “corrobora fortemente a hipótese” de que o interlocutor suspeito seria o juiz.

GABRIELA RETORNA AO LUGAR DE APPIO

Com esta nova determinação do TRF-4, a juíza substituta Gabriela Hardt retornou na terça-feira (23) aos casos da lavajato, que estavam sob a direção do juiz Eduardo Appio na 13ª Vara Federal de Curitiba. Como ele foi afastado na segunda feira a juíza Gabriela assumiu imediatamente os trabalhos por decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Gabriela havia pedido remoção para Justiça Federal de Santa Catarina, mas foi escalada para retornar e ficar com os processos das 13ª Vara em função de já conhecer totalmente os trâmites do processo.

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