Poucas vezes a cultura paranaense encontrou adversários tão determinados e implacáveis quanto os deputados Nereu Moura e Requião Filho, os dois do PMDB. Eles moveram uma campanha sem trégua para que a Assembleia não aprovasse a criação de 43 cargos, essenciais para que o Teatro Guaíra se mantenha funcionando.
O objetivo é fazer oposição cega ao governador Beto Richa, que encaminhou projeto que trata da criação de 43 cargos em comissão em substituição aos 81 cargos criados em 2003 (governo Roberto Requião), que serão extintos por força da Lei nº 18.381/2014. A situação gerou um impasse que poderia paralisar o Teatro Guaíra, daí a decisão de criar os cargos.
A oposição de Nereu e Requião Filho, que estão cientes da circunstância emergencial da criação desses cargos, e dos riscos decorrentes da situação, é resultado do gosto pela picuinha e a opção preferencial pela oposição cega. Não importa a que custo e nem interessa quem será prejudicado. No caso, as vítimas seriam os artistas e a cultura paranaense.
Nereu e Requião Filho foram derrotados na sessão de ontem (18), quando a criação dos cargos foi aprovada por margem esmagadora. Ainda assim, Nereu Moura, insistiu na votação de hoje, quando foi votada a redação final, nas agressões e demonstrações de pouco apreço a cultura. Chamou os assessores artísticos, responsáveis por manter o Teatro Guaíra, balé, orquestra, funcionando, de “aspones”.
O deputado Nereu Moura estava tão empolgado em votar contra os artistas do Guaíra, que acabou se enganando. Como a votação da redação final sobre a criação dos cargos foi simbólica, e ele não a percebeu, acabou votando contra um fundo de amparo a velhice. Quando se deu conta do equívoco, explicou:
– Desculpe, senhor presidente, era tamanha a volúpia de votar contra aqueles cargos…
(foto: Pedro Oliveira/Alep)