UM VICE PARA BETO RICHA: Serraglio ou Caito?

OSMAR E CAITO

Esta é hoje a única dúvida para tampar o caixão de Roberto Requião com sua candidatura a governador pelo PMDB nas próximas eleições.

Casos se confirmem os boatos de que Caito Quintana já teria acertado que será o vice, o senador paranaense pode ir preparando a sua aposentadoria com este cargo em Brasília.

O arroto que vem espalhando, por conta de alguns áulicos que se animaram quando Rodrigo Rocha Loures veio engrossar o coro do “Volta Requião”, como se fosse o Michel Temer falando com aquele ar diplomático que o identifica, está perto de virar um engasgo que fará aquele que já foi governador por três vezes, vomitar seus impropérios, ironias e deboches que caracterizam hoje um discurso ultrapassado, manjado e irritante que Roberto Requião ainda imagina que todos gostam de ouvir.

Entre Osmar Serraglio, do grupo de Orlando Pessuti, e Caito Quintana, que supostamente seria do grupo requianista, embora nos últimos tempos tenha se alinhado com a bancada de deputados do partido na Assembleia, está a decisão que, segundo alguns já teria sido consumada, e outros que ainda aguardam a palavra final de Beto Richa.

Um deles deverá ser o vice da dobradinha PSDB-PMDB, dizem nos bastidores.

O primeiro, Osmar Serráglio, com mais chance em termos de dignidade política, fruto de uma carreira que o consagrou nacionalmente quando relatou a CPI dos Correios, passo inicial da condenação dos réus do Mensalão, alem de, jamais ter sido identificado por um deslize político que pudesse envolver o seu nome em qualquer manobra condenável.

O outro, Caito Quintana, por supostamente conformar Requião com a derrota eminente numa convenção onde ainda sonha com a possibilidade de ser o candidato a governador nas próximas eleições, cujo currículo por pouco não virou ficha policial por lembranças como as diárias frias na Casa Civil e a nomeação do Baiano da Foice, mais uma mentira que ajudou Requião a criar quando derrotaram o Martinez.

Em quem você aposta?

 

SERRAGLIO

Deputado federal cuja bagagem tem como perfil a dignidade de um político com palavra empenhada e nunca desvirtuada, como aconteceu com seu colega da época, Gustavo Fruet, o representante do noroeste paranaense no PMDB soma hoje para uma chapa com Beto Richa a imagem de serenidade e compromisso que identificam um homem público.

Na linguagem popular dizem militantes do partido que “é cria de Orlando Pessuti”, muito embora nunca tenha se mostrado subserviente a qualquer liderança, mas sem deixar de simpatizar com o comportamento do ex-vice e governador dos tempos em que ele esteve ao lado de Requião no comando executivo do Paraná.

Uma carreira política que pode ter adversários, mas nunca inimigos, coisa comum nesta área, principalmente depois que se notabilizou nacionalmente por ter sido o relator da CPI dos Correios, primeiro passo para a condenação dos réus do Mensalão, hoje presos na Papuda e relação as suas principais lideranças.

Prova maior da sua linha de conduta está no fato de que Gustavo Fruet, que ao seu lado havia se promovido nacionalmente pelo comportamento ético nas ações que escracharam o Mensalão, acabou se rendendo aos encantos do PT, para virar candidato a prefeito, eleição a qual venceu, mas que ainda não conseguiu convencer.

Osmar Serraglio, além disso, não vem tendo comportamento dúbio em relação a uma possível escolha para vice, manifestando interesse, é claro, em ser vice de Beto Richa, mas não mudando a sua maneira de pensar ou traindo uma maneira de pensar que sempre o identificaram.

Este tipo de dignidade política, que seria mais um aval importante numa campanha que promete descer a níveis de acusações que vão beirar a baxaria, pode ser o ingrediente diferencial nesta escolha do vice arregimentando o PMDB para uma coligação com o PSDB.

 

CAITO

É inevitável, nesta hora de comparações dos currículos, a lembrança de Caito Quintana como alguém que entrou no time da traição a Requião ficando por algum tempo nos braços de Beto Richa, acomodando-se em situação política de interesse que lhe permitiu manter um eleitorado com benesses do governo

Voltando ao ninho requianista andou posando ultimamente como mais um que voltou para o aprisco de Requião, posição dúbia que por si só deixa qualquer um desconfiado, passando a impressão de alguém que se preocupa unicamente consigo mesmo, pendendo para o lado que for melhor para seus próprios interesses.

Neste currículo em análise a esta altura, não se pode fugir a lembrança de um comportamento comprometedor quando avalizou a farsa chamada Ferreirinha via Baiano da Foice, a quem nomeou para funcionário do governo como “compensação” ao desempenho de campanha.

Some-se, ainda, os episódios das diárias frias na Casa Civil do governo Requião, oportunidade em que ajudou a alimentar recursos para atingir adversários do governador Requião usando recursos do governo.

Com um ar muito sério, que apenas se alivia quando declama poemas gaúchos, Caito Quintana tem um jeito bonachão, mas que já se identificou como alguém que está mais preocupado com seus próprios interesses do que na soma dos projetos de Beto Richa que nunca foram os mesmos, em comparação aquele discurso dos tempos requianistas.

 

QUEM

Osmar Serraglio e Caito Quintana estão no mesmo patamar de chances para a escolha do vice de Beto Richa às próximas eleições, numa moeda de troca do PSDB com o PMDB que representaria a aposentadoria política de Roberto Requião em termos de governo do Paraná.

O primeiro, sem tentar aparecer para a plateia, mas jogando seriamente e apresentando seu currículo como documento que certamente teria o melhor aval dos tucanos, desconfiados com a presente situação em que haviam manifestado empenho inicial para que o vice fosse, a qualquer custo, Ratinho Junior.

Caito Quintana por seu turno não deixa a menor dúvida que está entusiasmado com a ideia de ser vice, embora para a plateia requianista jogue como se estivesse de volta ao time, esperando na decisão do PMDB para ver para que lado vão pender os seus interesses, além de contar com apoio maior na bancada de deputados na Assembleia da qual é participante.

Se depender de Pessuti, o vice é Osmar Serraglio.

Porém, se a decisão for da bancada do PMDB na Assembleia, tudo está a indicar que o vice será Caito Quintana.

Já decidiram?

Dizem que não, embora nos bastidores prosperem as especulações que tem uma única certeza; definido este vice do PMDB, Roberto Requião pode ir se preparando porque mais uma aposentadoria estará em seu currículo: a política.

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