Visita presidencial em Paris custou R$ 35 mil por dia e Richa devolve as diárias após polêmicas

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Em meio à nova crise que se instalou no governo com o corte de despesas, a
presidente Dilma Rousseff desembarcou em Paris no último sábado (28) para
Conferência da ONU sobre a Mudança do Clima (COP-21). Conforme duas notas
de empenho encontradas pelo Contas Abertas, só o aluguel de carros e a
hospedagem de Dilma e sua comitiva custaram R$ 35 mil por dia aos cofres
públicos. As informações são do Portal Contas Abertas.

Em uma das notas de empenho, a descrição mostra que foram reservados R$
222,8 mil para a hospedagem da delegação oficial e técnica, “no contexto da
visita presidencial, no âmbito da COP-21 para o período de 23 de novembro a
1° de dezembro de 2015”.

Outros R$ 91,5 mil foram empenhados para o aluguel de veículos para uso da
delegação oficial e técnica durante visita presidencial no âmbito da COP 21
no período de 23 de novembro a 1° de dezembro de 2015.

Além da hospedagem e do aluguem de veículos, também foram reservados R$ 8,9
mil para aluguel de sala para montagem de escritório de apoio ao escalão
avançado. O valor também se refere à visita presidencial da COP 21 no
período de 23 de novembro a 1° de dezembro de 2015.

A missão do escalão avançado é cuidar de todos os aspectos operacionais da
visita, tais como: programação oficial, segurança, saúde, questões
protocolares, cobertura de imprensa, credenciamento da delegação e da
imprensa, transporte, desembarcação migratório e alfandegário da delegação
e sua bagagem, assim como a montagem do sistema de comunicações seguras da
comitiva oficial; entre diversas outras atividades.

Questionado pelo Contas Abertas, o Ministério de Relações Exteriores
afirmou que não comenta a logística de viagens presidenciais. Os dados
foram classificados e protegidos pelo governo federal depois que foi
aprovada a Lei de Acesso à Informação (Lei 12.527/2011), criada justamente
para abrir informações públicas à sociedade.

O ministério informou que a Embaixada brasileira em Paris não pode
comportar o número de pessoas envolvido numa visita Presidencial. A prática
do Governo brasileiro é alojar no hotel da presidente somente a comitiva
oficial e aqueles funcionários que devem ficar à disposição imediata da
presidente. “Busca-se alojar a comitiva técnica em hotéis próximos e mais
baratos”, explicou.

De acordo com o jornal O Globo, a presidente Dilma ficou hospedada no
luxuoso hotel Bristol, em uma das áreas mais nobres da cidade. Apesar do
valores serem empenhados para uma semana, Dilma chegou no sábado (28) em
Paris e retornou ao Brasil na segunda-feira (30), depois de participar pela
manhã da sessão de Abertura da 21ª Conferência das Partes da
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima-COP21.

A presidente decidiu cancelar sua ida ao Vietnã e Japão, também porque
teria sido aconselhada por auxiliares a acompanhar de perto as negociações
orçamentárias. O governo quer aprovar na próxima terça o PLN 5, que
autoriza mudança na meta fiscal.

RICHA DEVOLVE AS DIÁRIAS DE PARIS
O governador Beto Richa (PSDB) devolveu US$ 930 em diárias não utilizadas
em sua última viagem internacional. A missão comercial passou por China,
Rússia e França e incluiu uma escala de um fim de semana em Paris. A
devolução não se refere a esse período específico. A verba inclui economias
com transporte, alimentação e hotéis ao longo de toda a viagem, que durou
13 dias. As informações de Estelita Hass Carazzai na Folha de Londrina.

Desde que assumiu o cargo, em 2011, o tucano devolveu US$ 3.605 em diárias
de quatro viagens internacionais ou cerca de R$ 9 mil, de acordo com a
cotação média do período. O valor corresponde a aproximadamente 10% dos
gastos de todas as missões internacionais de Beto Richa (foram oito até
aqui).

O governo argumentou que a parada na capital francesa foi uma “escala
técnica”, devido à ausência de voos à China disponíveis no período. Os US$
930 devolvidos (cerca de R$ 3.700) correspondem a aproximadamente 10% dos
gastos totais na missão comercial. Richa disse posteriormente que as
críticas à viagem eram “uma grande hipocrisia”. Sustentou que seus gastos
foram parcimoniosos, que a agenda foi transparente e que a missão trará
investimentos para o Paraná.

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