Youssef manteve escritório
no Cope durante governo
Requião e pagava R$ 30 mil
mensais, diz Polícia Federal
Na apuração sobre o uso do celular dentro da Polícia Federal, os policiais já descobriram que o doleiro Alberto Youssef tinha regalias quando esteve preso em 2003 no Cope (Centro de Operações Policiais Especiais) da Polícia Civil. A doleira Nelma Kodama, também presa pela PF, relata em email apreendido que passava os fins de semana com Youssef dentro do Cope e que ele mantinha um escritório dentro da prisão. Uma das informações que a PF apura é que Youssef pagava R$ 30 mil por mês para ter esse tipo de privilégio. As informações são da Folha de S. Paulo.
A PF afastou nesta segunda-feira (21) cinco carcereiros que estão sendo investigados sob suspeita de terem fornecido um telefone celular para Youssef quando ele já estava preso em Curitib. O doleiro está na custódia da PF desde 17 de março deste ano. Os afastados são investigados sob suspeita de corrupção passiva – eles teriam recebido dinheiro para entregar o celular para o doleiro.
Dos afastados, apenas um era agente da PF. Os outros eram guardas municipais que estavam cedidos para a Polícia Federal. Cinco agentes da PF foram convocados para substituir os afastados. A coluna “Painel” da Folha de S. Paulo revelou no último sábado que a PF abrira um inquérito para apurar a suspeita de que o doleiro falou com alguém depois de ter sido preso pela Operação Lava Jato, em 17 de março deste ano.
O inquérito foi pedido pela delegada Érika Marena, que chefia a delegacia de crimes financeiros da PF em Curitiba. Entre outras medidas, ela determinou que a polícia apure se houve aumento de patrimônio dos carcereiros. Uma das hipóteses investigadas pela PF é que Youssef teria mandado destruir documentos que o incriminariam ainda mais. Ele é réu em cinco ações penais, sob acusação de ter participado da lavagem de dinheiro desviado de obras da Petrobras, entre outras acusações. A PF estima que o esquema de Youssef teria movimentado R$ 10 bilhões.