Nova encrenca bate a porta da senadora Gleisi Hoffmann. A petista contratou serviços da Focal Confecção e Comunicação Visual, empresa de fundo de quintal que apareceu no esquema do Mensalão do PT. Segundo Marcos Valério, operador esquema, parte do dinheiro desviado era encaminhado à Focal, à época fornecedora de camisetas do PT. Agora, a empresa é uma das responsáveis pela quase reprovação das contas de campanha da presidente Dilma Rousseff.
A Focal, que recebeu R$ 24 milhões da campanha de Dilma, tem como sócio Elias Silva de Mattos, que até o ano passado recebia salário de R$ 2 mil mensais como motorista.
Segundo o colunista Ucho Haddad, a empresa tem como clientes petistas de São Bernardo do Campo, berço do PT, para confeccionar materiais de campanha e teve notas fiscais consideradas irregulares pela assessoria técnica do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Há a suspeita de que a Focal funcionasse como uma espécie de lavanderia financeira para o caixa dois de muitas campanhas do Partido dos Trabalhadores. Em 2005, a empresa foi apontada pelo principal operador do Mensalão do PT, Marcos Valério, como uma das destinatárias de recursos do esquema criminoso, por indicação do próprio partido.
Consulta ao site do TSE revela que Gleisi pagou R$ 156.250,00 (15 notas fiscais entre julho e agosto deste ano) para a Focal Confecção e Comunicação. A Focal tem sede em São Bernardo do Campo, a 430 quilômetros e seis horas de distância de Curitiba. Não é comum que uma campanha contrate a produção de materiais de campanha (faixas, placas, camisetas e estandartes) em local tão distante, pois isso implica em problemas de transporte, prazos e logística. Ou seja, custos adicionais.