Tarumã sob nova direção
O novo presidente do Clube, o advogado Joaquim Rauli, interventor nomeado judicialmente, anunciou publicamente o recadastramento de todo o quadro social e a convocação de novas eleições no mais breve tempo.
O novo presidente do Jockey Club do Paraná, deverá nomear uma comissão de associados visando um trabalho de reconstrução democrático e transparente, resgatando a credibilidade da entidade, comprometida pela Velha Direção, acusada recentemente, publica e tacitamente, de negligente e irresponsável pela maioria do seu próprio Conselho Deliberativo que a história centenária da entidade jamais poderá apagar.
Infelizmente, sr.Interventor, V.S. assume um Jockey Club onde o cavalo, razão de sua existência, é hoje sua maior vitima irresistível a sanha destruidora de homens cuja aventura está acima do idealismo. Quem bobear, fica parado na partida. Vide retrospecto:
2006 – Com a renúncia, no segundo semestre, do saudoso e querido Newton Sergio Ribeiro Grein, o presidente da Comissão de Turfe, Roberto Hasemann, é nomeado, estatutariamente, presidente interino do Jockey Club do Paraná até 2009.
2007 – Com fluxo de caixa zero, o JCP é socorrido pela Associação dos Criadores presidida pelo criador Edson Mauad, garantindo o pagamento de funcionários, comissões aos profissionais e às das transmissões das corridas junto ao JC de São Paulo.
A nova Diretoria, em busca de recursos financeiros, se mobiliza para a venda de dois terrenos próximos da anunciada e festejada, pela valorização, “Linha Verde” sob a oferta de R$ 147,00 o metro quadrado, totalizando R$ 19.216.816,08 cujos compradores em potencial, financiam a regularização das duas áreas junto à Prefeitura Municipal e o consentimento do Patrimônio Cultural do Estado, responsável pelo Tombamento restritivo do hipódromo ocorrido em 23 de maio de 2005.
Porém, em 29 de maio a primeira Assembleia Geral Extraordinária para a venda dessas duas áreas não consegue quorum mínimo (200 sócios) cuja nova convocação em 5 de junho, com a “presença” de 218 sócios, aprova a transferência patrimonial, escriturada em 6 de dezembro de 2007. Dois anos depois uma surpresa: Assembleia fraudada.
2009 – Em oito de abril o sócio Rodrigo Muniz Santos denuncia à policia que a sua assinatura, naquela Assembleia de 2007, é falsa. A Delegacia de Estelionato procede à apreensão na sede do Jockey de documentação daquele evento cujo laudo da Policia Cientifica da Secretaria de Estado da Segurança Pública confirma oficialmente que das 218 assinaturas – ata oficial – 43 eram falsificadas, inclusive a do denunciante Rodrigo Muniz, sendo 32 de pessoas ausentes e 11 de pessoas em óbito, cujo inquérito do “Colarinho Branco” (NURCE) em 2012 acaba judicial e coincidentemente, fazendo jus ao próprio nome: ARQUIVO MORTO.
2009 – Nas eleições de março, sob clima de denuncias da época, ainda hoje disponíveis no Youtube, com mais de 2314 acessos, (“Escândalos Financeiros da Atual Gestão do Jockey Club do Paraná”).São 8 minutos de estarrecer, confirmados pela denunciante, Tânia Berlintes, tesoureira do Jockey em 2007 ao ser ouvida pela Juiza de Direito, como 1ª.testemunha arrolada pelo requerente e sob testemunho de fé dos advogados da
requerida e do requerente.
2009 – Em outubro nova manobra da diretoria: a “venda doada” ao preço vil de R$ 70,00 de títulos a terceiros, sob pretexto de incrementar a conquista de novos turfistas, cujo número se multiplicou aos milhares até fevereiro de 2014, por nítidos e óbvios interesses eleitoreiros, com suspeição judicial detectada dois anos depois.
2011 – Novas eleições. O juiz Rogério de Assis da 21ª. Vara Cível, sob suspeição de votos induzidos, determina que 250 desses associados votem em urna apartada, cuja contagem confirma a desconfiança judicial: 240 eram do candidato situacionista.
2012 – Mais um escândalo, com o dopping de seis cavalos no Grande Prêmio “Paraná”, por coincidência três deles de diretores da entidade, cuja culpabilidade é atribuída ao treinador.
Nesse ano o Jockey é multado pelo Ministério da Agricultura, por uma série de infrações perdendo o prazo de defesa, cujo recurso intempestivo é desprezado pelo órgão federal, culminando com a cassação da Carta Patente, que impede corridas desde julho de 2014 no Tarumã.
2013 – Nova área é oferecida pelo Jockey aos empreendedores do Shopping, porém, mediante falsificação de assinaturas e carimbos da Coordenadora Rosina Parchem do Patrimônio Cultural e Histórico do Estado. A falsificação foi denunciada pelo Promotor de Justiça, Dr.Sergio Luiz Cordoni, cujo inquérito tramita numa das varas criminais da Santa Cândida, tendo como denunciados a diretoria destituída do Jockey Club.
2014 – Sob iniciativa do criador Homero Oliva, apoiado por dezenas de sócios do Clube, é feita uma moção à Coordenação do Patrimônio Cultural e Histórico, para a preservação de uma última área negociável do hipódromo, tombamento acatado pela maioria dos 20 membros do Conselho daquela autarquia estadual, cujos argumentos foram por mim oralmente defendidos, representando o grupo dos associados.
2014 – Obras do novo Tattersal, destinado à realização de leilões de cavalos, sob o patrocínio da Associação dos Criadores é interditado por ocupar área tombada, agravada por falta de alvará da construtora pertencente ao mesmo grupo associado ao futuro shopping. A obra será demolida por ordem judicial. Porém, os empreendedores já se comprometeram a construir um novo imóvel para a Associação dos Criadores, cujos ânimos são absolutamente cordiais.
2015 – As eleições, com duas chapas concorrentes, em 14 de março, são suspensas pela Junta de Impugnação e as urnas lacradas conduzidas pela Policia Civil à Delegacia do Estelionato onde é lavrado um boletim de ocorrência envolvendo diretamente diretores do Jockey e três eleitores, portadores de títulos de votação sob suspeita de fraude.
2015 – No dia 30, a Assembleia Geral convocada pelo presidente Cresus Aurelio Wagner Camargo, pleiteando aprovação para permanecer por mais nove meses no cargo presidencial, é suspensa e presidida por um interventor judicial, Dr.Joaquim Rauli, que destitui em ato continuo toda a diretoria e seus advogados.
2015 – Mas nem tudo é negro, pois finalmente, após quase cinco anos, a Prefeitura Municipal liberou o alvará de construção do Plaza Jockey Shopping, que deverá estar pronto até em 2018, num investimento superior a 300 milhões de reais, tendo como Permutante Proprietário, 10% participativos, o Jockey Club do Paraná, devendo se constituir talvez no maior shopping do sul do Brasil, destinado a um público nobre, com lojas representativas são das maiores grifes internacionais.
Depois da tempestade a bonança?